União Europeia quer se aproximar do Nordeste
Ampliação das relações de comércio justo e solidário foi tema de fórum promovido no Recife ontem
SÁVIO GABRIEL
savio.gabriel@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 07/12/2018 03:00
Responsável por 2/3 do consumo global de produtos comercializados através do comércio justo e ético – movimento econômico onde há uma preocupação com aspectos econômicos, sociais e ambientais de quem produz os bens, aproximando pequenos produtores de grandes mercados mundo afora -, a União Europeia (UE) tem interesse em fortalecer ainda mais a parceria com o Brasil. Nesse cenário, o Nordeste aparece como uma das regiões com maior potencial para o estreitamento dessa relação. A relação entre o país e o bloco econômico foi discutida na segunda edição do fórum sobre o comércio justo e ético envolvendo o Brasil e a UE, realizado ontem no Recife.
“O Nordeste foi a região que mais recebeu apoio em um edital do governo federal para (fomento) a empreendimentos de economia solidária. E o resultado foi incrível. Temos desde a parte da agricultura familiar, passando pelos grupos de mulheres que produzem moda, artesanato”, explicou Ana Asti, especialista em comércio justo da Organização Mundial de Comércio Justo (WFTO, na sigla em inglês.
Nesse contexto, produtos como castanhas e frutas frescas têm um peso significativo no comércio. “Há também o algodão. Existe uma região de Alagoas onde há cultivo de algodão orgânico. Isso é importante para a indústria da moda, e dentro do comércio justo é valorizado”. Durante o evento, ela apresentou um estudo detalhando o cenário atual, os desafios e as oportunidades em âmbito nacional. Atualmente, o café é o produto mais produzido pelas organizações de comércio justo no Brasil, com 38%. Em seguida vêm cacau (13%), banana (10%), chá (8%) e açúcar (7%).
“Entre os principais desafios, está a paralisação da política pública do comércio justo, a necessidade de implementação de um selo nacional, barreiras regulatórias, alfandegárias, logísticas, entre outros”, explicou, ressaltando que é preciso conscientizar os consumidores e facilitar a distribuição desse tipo de produto no mercado. Diretor da seção de comércio da delegação da UE no Brasil, Michele Villani destacou que a escolha do Recife para sediar o evento foi estratégica: “A cidade poderia tornar-se a quarta no país com reconhecimento do comércio justo (FTT – Fair Trade Town, na sigla em inglês).”
Além do estudo, o evento contou com palestras e workshops sobre temas como a participação feminina, os certificadores, entre outros. Houve exposição de produtores.
Comércio Justo
O que é
Parceria comercial baseada em diálogo, transparência e respeito, que busca maior equidade no comércio internacional, contribuindo para o desenvolvimento sustentável por meio de melhores condições de troca e garantia dos direitos para produtores e trabalhadores à margem do mercado, principalmente no Hemisfério Sul
Ranking de países com mais produtores de comércio justo certificados no mundo (dados de 2016)
“O Nordeste foi a região que mais recebeu apoio em um edital do governo federal para (fomento) a empreendimentos de economia solidária. E o resultado foi incrível. Temos desde a parte da agricultura familiar, passando pelos grupos de mulheres que produzem moda, artesanato”, explicou Ana Asti, especialista em comércio justo da Organização Mundial de Comércio Justo (WFTO, na sigla em inglês.
Nesse contexto, produtos como castanhas e frutas frescas têm um peso significativo no comércio. “Há também o algodão. Existe uma região de Alagoas onde há cultivo de algodão orgânico. Isso é importante para a indústria da moda, e dentro do comércio justo é valorizado”. Durante o evento, ela apresentou um estudo detalhando o cenário atual, os desafios e as oportunidades em âmbito nacional. Atualmente, o café é o produto mais produzido pelas organizações de comércio justo no Brasil, com 38%. Em seguida vêm cacau (13%), banana (10%), chá (8%) e açúcar (7%).
“Entre os principais desafios, está a paralisação da política pública do comércio justo, a necessidade de implementação de um selo nacional, barreiras regulatórias, alfandegárias, logísticas, entre outros”, explicou, ressaltando que é preciso conscientizar os consumidores e facilitar a distribuição desse tipo de produto no mercado. Diretor da seção de comércio da delegação da UE no Brasil, Michele Villani destacou que a escolha do Recife para sediar o evento foi estratégica: “A cidade poderia tornar-se a quarta no país com reconhecimento do comércio justo (FTT – Fair Trade Town, na sigla em inglês).”
Além do estudo, o evento contou com palestras e workshops sobre temas como a participação feminina, os certificadores, entre outros. Houve exposição de produtores.
Comércio Justo
O que é
Parceria comercial baseada em diálogo, transparência e respeito, que busca maior equidade no comércio internacional, contribuindo para o desenvolvimento sustentável por meio de melhores condições de troca e garantia dos direitos para produtores e trabalhadores à margem do mercado, principalmente no Hemisfério Sul
Ranking de países com mais produtores de comércio justo certificados no mundo (dados de 2016)
- Peru 191
- Colômbia 134
- Quênia 95
- Índia 92
- Costa do Marfim 88
- México 67
- República Dominicana 51
- Brasil 46
- África do Sul 36
- Honduras 34
- 15 mil famílias certificadas
- US$ 75 milhões é o valor dos produtos
- US$ 11 milhões de valor prêmio (quantia paga aos produtores além do valor do produto)
- 1599 organizações de produtos certificados
- 75 países
- Mais de 1,6 milhões de agricultores e trabalhadores certificados
- 178,3 milhões de euros pagos aos produtores em 2017 em prêmio fairtrade
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