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Empreendedorismo de pai para filha
Sócia do grupo José Rocha de Sá, Érika Rocha exerce gestão executiva com o jeito nordestino de atender
Publicação: 01/06/2019 03:00
Ela tem a mesma idade do grupo José Rocha de Sá, fundado por seu pai, o médico radiologista José Rocha de Sá, em 1968, no Recife. Tem também o mesmo espírito empreendedor e a dedicação necessárias para fazer um negócio dar certo e resistir a crises, mudanças tecnológicas e desafios da área de saúde.
Formada em Administração de Empresas, com especialização em administração hospitalar e MBA em gestão de serviços, a empresária Érika Rocha gere o setor financeiro e administrativo das quatro unidades do grupo: duas do Instituto José Rocha de Sá; a Multimagem Diagnósticos e o Centro de Medicina Nuclear (Cemupe), empresa pela qual passou a ser sócia, há cerca de 30 anos.
A iniciativa para o universo empresarial começou quando, ainda na faculdade, vendia cachorro-quente com um colega na Pracinha de Boa Viagem; seguiu com a produção de queijo coalho na fazenda da família, e quase ia parar na fábrica da Brahma, no programa de trainee da companhia. “Mas ao saber disso, meu pai me chamou para trabalhar com ele. Era o início da informatização e coordenei a implantação dos primeiros computadores na primeira unidade, na Boa Vista, customizando um sistema próprio com uma empresa especializada que nos atendia”, recorda Érika Rocha.
A percepção de oportunidade, que não falta num perfil empreendedor, fez ela abrir, em 1995, a primeira lavanderia hospitalar de Pernambuco, a Hospitalav – administrada, paralelamente, ao trabalho no grupo, até 2015, quando foi vendida. “Chegamos a lavar 12 toneladas de roupa hospitalar por dia, funcionando 24 horas, com 100 colaboradores”.
O trabalho na lavanderia acontecia junto com a expansão do grupo que instalou o Tomocentro, no Hospital Santa Joana, e a Radiax, no Hospital Português. Dois anos depois, foi a vez do Hospital Albert Sabin contar com uma filial da Multimagem. Há cerca de dois anos e meio, Érika Rocha assumiu a presidência do Conselho de Gestão do LIDE Mulher, em Pernambuco, mostrando que sempre se arranja tempo para novas experiências. “Sou muito pragmática, consigo me organizar. Durante 17 anos fiz ginástica às cinco da manhã para não atrapalhar a convivência com os meus filhos e abandonei as reuniões à noite. Quando entrei no LIDE Mulher saí da zona de conforto, passei a conviver com empresárias do agronegócio, da moda, do meio jurídico e a receber muito conteúdo, diversidade. Acho que recebo até mais do que dou a elas”.
Planos, padrão e ação
Agora num ritmo mais compassado, o grupo espera, no segundo semestre adquirir um PET-CT para o Cemupe, uma máquina de alto custo, orçada em US$ 1,4 milhão. No Recife, só o Hospital Português e o Imip dispõem do equipamento que realiza exames de estadiamento para pacientes que já tiveram câncer e detecta se há outros nódulos em formação.
Enquanto avalia o mercado para o novo investimento, Érika já deu início à ampliação do Instituto José Rocha, do Derby, que terá uma nova fachada voltada para a Av. Agamenon Magalhães e fica pronta até o final do ano. “Ainda estamos decidindo, com os sócios, se vamos deixar o serviço mais completo com ultrassom, densitometria, colposcopia e raio X, como oferecemos na filial da Av. Rui Barbosa, ou se vamos colocar uma segunda ressonância”, revela.
Com 200 empregados e cerca de 50 médicos, o grupo mantém o padrão de atendimento que construiu ao longo dos 50 anos, primando pelo calor humano e a valorização da saúde. “Trabalhamos com tecnologia e tentamos fazer com que o paciente seja bem acolhido desde a marcação, na recepção e pelo técnico que o leva ao equipamento, toda atenção para a tecnologia não se sobressair. Vemos grandes players comprando os serviços de saúde e eles vêm perdendo este calor, o jeitinho nordestino de ser, com a essência do dono”, declara a empresária.
Num cenário de crise, onde os clientes foram se esvaindo com a perda de emprego e, consequentemente dos planos de saúde que representam 80% do faturamento na área, a preocupação com a padronização da qualidade do atendimento nas unidades, é uma forma também de cativar o público. Atenta, Érika Rocha faz questão de responder e-mails e comentários dos usuários nas redes sociais, agradecendo elogios ou agilizando soluções para possíveis insatisfações. “Faço tudo isso pessoalmente, tudo passa por mim. Talvez por isso costumam me chamar de centralizadora”, brinca, revelando que o fundador ainda resiste às atividades de publicidade na área de saúde. “Faz parte da cultura dos médicos que se respeitam e indicam uns aos outros. Isso continuará sempre porque a melhor propaganda é o trabalho bem feito”, completa.
Formada em Administração de Empresas, com especialização em administração hospitalar e MBA em gestão de serviços, a empresária Érika Rocha gere o setor financeiro e administrativo das quatro unidades do grupo: duas do Instituto José Rocha de Sá; a Multimagem Diagnósticos e o Centro de Medicina Nuclear (Cemupe), empresa pela qual passou a ser sócia, há cerca de 30 anos.
A iniciativa para o universo empresarial começou quando, ainda na faculdade, vendia cachorro-quente com um colega na Pracinha de Boa Viagem; seguiu com a produção de queijo coalho na fazenda da família, e quase ia parar na fábrica da Brahma, no programa de trainee da companhia. “Mas ao saber disso, meu pai me chamou para trabalhar com ele. Era o início da informatização e coordenei a implantação dos primeiros computadores na primeira unidade, na Boa Vista, customizando um sistema próprio com uma empresa especializada que nos atendia”, recorda Érika Rocha.
A percepção de oportunidade, que não falta num perfil empreendedor, fez ela abrir, em 1995, a primeira lavanderia hospitalar de Pernambuco, a Hospitalav – administrada, paralelamente, ao trabalho no grupo, até 2015, quando foi vendida. “Chegamos a lavar 12 toneladas de roupa hospitalar por dia, funcionando 24 horas, com 100 colaboradores”.
O trabalho na lavanderia acontecia junto com a expansão do grupo que instalou o Tomocentro, no Hospital Santa Joana, e a Radiax, no Hospital Português. Dois anos depois, foi a vez do Hospital Albert Sabin contar com uma filial da Multimagem. Há cerca de dois anos e meio, Érika Rocha assumiu a presidência do Conselho de Gestão do LIDE Mulher, em Pernambuco, mostrando que sempre se arranja tempo para novas experiências. “Sou muito pragmática, consigo me organizar. Durante 17 anos fiz ginástica às cinco da manhã para não atrapalhar a convivência com os meus filhos e abandonei as reuniões à noite. Quando entrei no LIDE Mulher saí da zona de conforto, passei a conviver com empresárias do agronegócio, da moda, do meio jurídico e a receber muito conteúdo, diversidade. Acho que recebo até mais do que dou a elas”.
Planos, padrão e ação
Agora num ritmo mais compassado, o grupo espera, no segundo semestre adquirir um PET-CT para o Cemupe, uma máquina de alto custo, orçada em US$ 1,4 milhão. No Recife, só o Hospital Português e o Imip dispõem do equipamento que realiza exames de estadiamento para pacientes que já tiveram câncer e detecta se há outros nódulos em formação.
Enquanto avalia o mercado para o novo investimento, Érika já deu início à ampliação do Instituto José Rocha, do Derby, que terá uma nova fachada voltada para a Av. Agamenon Magalhães e fica pronta até o final do ano. “Ainda estamos decidindo, com os sócios, se vamos deixar o serviço mais completo com ultrassom, densitometria, colposcopia e raio X, como oferecemos na filial da Av. Rui Barbosa, ou se vamos colocar uma segunda ressonância”, revela.
Com 200 empregados e cerca de 50 médicos, o grupo mantém o padrão de atendimento que construiu ao longo dos 50 anos, primando pelo calor humano e a valorização da saúde. “Trabalhamos com tecnologia e tentamos fazer com que o paciente seja bem acolhido desde a marcação, na recepção e pelo técnico que o leva ao equipamento, toda atenção para a tecnologia não se sobressair. Vemos grandes players comprando os serviços de saúde e eles vêm perdendo este calor, o jeitinho nordestino de ser, com a essência do dono”, declara a empresária.
Num cenário de crise, onde os clientes foram se esvaindo com a perda de emprego e, consequentemente dos planos de saúde que representam 80% do faturamento na área, a preocupação com a padronização da qualidade do atendimento nas unidades, é uma forma também de cativar o público. Atenta, Érika Rocha faz questão de responder e-mails e comentários dos usuários nas redes sociais, agradecendo elogios ou agilizando soluções para possíveis insatisfações. “Faço tudo isso pessoalmente, tudo passa por mim. Talvez por isso costumam me chamar de centralizadora”, brinca, revelando que o fundador ainda resiste às atividades de publicidade na área de saúde. “Faz parte da cultura dos médicos que se respeitam e indicam uns aos outros. Isso continuará sempre porque a melhor propaganda é o trabalho bem feito”, completa.