DIARIO ECONôMICO » De olho nos populares

por Rochelli Dantas
rochelli.dantas@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 29/02/2020 03:00

Diante da crise econômica e alto desemprego, milhares de pessoas optaram por cancelar os planos de saúde. Nos últimos cinco anos, apenas em Pernambuco, segundo dados da Agência Nacional de Saúde (ANS), 160 mil pessoas cancelaram os planos de saúde. No Brasil, já são mais de três milhões de desistências. Aproveitando a lacuna deixada no mercado pelos valores altos das mensalidades dos planos de saúde e a dificuldade dos trabalhadores de encontrar atendimento de qualidade em unidades públicas de saúde, tem crescido a procura pelas chamadas clínicas populares, com serviços  que prometem eficiência e preços acessíveis.

O Serviço Social da Indústria (Sesi), por exemplo, está entrando cada vez mais neste mercado. O Sistema está implantando nos estados uma espécie de clínica popular com atendimento não apenas para os associados, mas para toda a população. A unidade do Ceará já oferece o serviço. Em Pernambuco, o projeto será anunciado nesta semana. Por aqui, serão oferecidos serviços de odontologia, consultas médicas, análises clínicas, exames, entre outros serviços. É mais uma alternativa para driblar os custos da saúde complementar.

É fato que os serviços médicos elementares, de acordo com a nossa Constituição, são um dever de estado. Entretanto, esta não é uma realidade. O que vemos são hospitais superlotados e atendimentos básicos sem condições de serem realizados. Com isso, abre-se uma grande oportunidade no mercado. É o filão que está conquistando a população. E trazendo lucro para os empresários.

Buscando mercado e...
A Stone, fintech de serviços financeiros, quer ganhar mercado no Brasil e Pernambuco está na mira. “Nossa intenção é pintar Pernambuco de verde”, disse o presidente da empresa, Augusto Lins, referindo-se as cores da empresa. Segundo o executivo, a proposta é não apenas levar as maquininhas – carro chefe da fintech – para as empresas como também soluções financeiras. Entre os setores alvo no estado está o de bares e restaurantes, com oferta de software de gerenciamento financeiro e programa exclusivo de fidelidade.
 
...ganhando valor
Em tempo, a Stone tem conquistado mercado e atraído a atenção inclusive de investidores. A líder do mercado hoje detém mais de 30% de market share. Enquanto a Stone responde por apenas 7% do setor. Agora, em valores, o cenário já não é tão distante. No ano passado, o valor de mercado da Stone já era especulado em US$ 11,395 bilhões. Já a líder chegava a valer US$ 19,7 bilhões.
 
Sorvete com lucro
A Degusta, marca pernambucana de sorvetes e picolés, registrou um crescimento de 15% no ano passado, em comparação com 2018. Para este ano, a previsão é de um incremento de 20%. Com seis unidades fisicas em Pernambuco, a marca tem como uma das estratégias do ano o relançamento de picolés de frutas e novos sabores de sorvetes. No estado já são 250 pontos de vendas da marca.
 
22%
Mais endividados?
O número de clientes do Itaú Unibanco em Pernambuco que utilizou a transferência de limites entre linhas de crédito subiu 22% em 2019, quando comparado a 2018. A transferência é uma alternativa para os clientes que necessitam de mais limites no cartão de crédito, cheque especial ou para contratar um empréstimo pessoal. Será o indicativo de que os clientes pernambucanos estão passando da conta?
 
Bons ventos
De olho no potencial do Nordeste na geração de energias renováveis e tendo o Porto de Suape como ponto estratégico de logística para exportação, a LM Wind Power tem planos de crescimento para a planta localizada em Ipojuca. “Eles estão expandindo a produção, vão contratar mais gente, o plano é bom, mas ainda não posso revelar os números”, disse Bruno Schwambach, secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco. A empresa, que pertence a GE Renewable Energy, emprega cerca de mil funcionários e deve produzir 850 pás eólicas até o final do ano.
 
Nova gestão
Recentemente adquirido pelo Eleva Educação, holding de escolas criada pela Gera Venture Capital, o Colégio CBV já passa por mudanças em sua estrutura operacional. Nas últimas semanas, mudanças nas coordenações pedagógicas da unidade de Boa Viagem têm sido informadas aos responsáveis. Nos bastidores, o que se comenta é que o aporte financeiro, que ultrapassa a casa dos R$ 70 milhões, vai ajudar a marca a expandir por todo o Nordeste, não apenas nas capitais mais no interior.