Driblando o custo do combustível Pernambucanos buscam alternativas para economizar mesmo com os consecutivos aumentos da gasolina

Etiene Ramos
Especial para o Diario
etiene.ramos@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 01/02/2020 03:00

Mesmo com algumas reduções no preço da gasolina como os 3% anunciados esta semana pela Petrobras, os combustíveis continuam nas alturas e muita gente está trocando o carro pelas bicicletas e usando os aplicativos de carona para chegar ao trabalho e outros compromissos gastando menos. No Recife, cidade de trânsito complicado, que piora com obras nas vias e protestos sem aviso prévio, usar bicicleta é uma forma, também, de economizar tempo.

O desconforto de chegar suado ao trabalho vai sendo minimizado por iniciativas de incentivo como a da Prefeitura do Recife que instalou chuveiros para os ciclistas, ou novidades como a bicicleta elétrica que já tirou André Santos, gestor de controle interno, da fila do banho. Morador do bairro dos Aflitos, na Zona Norte da capital, ele percorre dez quilômetros por dia com a ida e volta de casa para o trabalho na sede da Prefeitura, no Bairro do Recife.

Depois de um tempo indo de bicicleta, Santos passou a usar aplicativos de transporte, gastando em média R,00 por dia. Mas, este ano, estreou uma bike elétrica que, pelos seus cálculos, vai baixar o custo com locomoção para cerca de R,00 mensais – valor estimado das recargas de energia. “Ainda economizo tempo porque chego em 15 minutos, não imprimo energia física e não fico suado, vou conhecendo mais a cidade e me livrando dos engarrafamentos”, declara. Se chove, ele vai de app de transportes ou de carona. A economia é gritante: com o carro, ele gastaria, em média, R$ 250,00 por mês só com gasolina – isso sem incluir as despesas com manutenção, IPVA e seguro, e com os apps seria cerca de R$ 300,00 mensais.

Outro que comemora a economia das duas rodas é o contador piauiense Gérson Cruz. Nos últimos três anos ele passou a usar as bicicletas de aluguel que têm estações espalhadas por toda a cidade. Com isso, a distância de seis quilômetros entre sua casa, no Espinheiro, e o trabalho, na Boa Vista, representa R$ 13,00 por mês e ele ainda chega bem antes do que os colegas que encontra com os carros parados no trânsito. “Faço um exercício matinal, chego turbinado no trabalho e não tenho gastos com manutenção da bike, nem com estacionamento”, afirma Cruz. No entanto, segundo ele, nem tudo é brisa. “Sinto falta de mais ciclovias, é preciso disputar espaço com os carros – mesmo que estejam parados”, comenta.

Opinião

“O principal fator é a redução de custo. Com a gasolina mais cara compensa deixar o carro em casa para ser usado pela família enquanto estou trabalhando. Este app é mais direcionado para quem trabalha, não pode se tornar uma fonte de renda, como os apps de transporte”
Frederico Teixeire, servidor público e usuário do Waze Carpool