DIARIO ECONôMICO » País dos endividados

por Pedro Ivo Bernardes
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Publicação: 16/04/2024 03:00

A última pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) trouxe como alerta a volta do endividamento das famílias brasileiras, que atingiu 78,1% em março deste ano. As dívidas vencidas e a vencer estão nas contas de mais de 3/4 da população brasileira, fenômeno que se agravou durante a pandemia da Covid-19 e que ainda aflige muitos consumidores que ainda não conseguiram recompor a renda, em muitos casos ainda abaixo do período pré-pandemia.

No entanto, para além do percentual bruto, é importante atender para o movimento de alongamento do perfil da dívida, com a população buscando aumentar o prazo da dívida, aproveitando uma relativa redução dos juros e as campanhas de regularização de crédito, como o Desenrola Brasil, e assim recompondo em parte a renda disponível.

No recorte por estado, Pernambuco aparece com um índice de 80,3% da população alegando estarem endividadas, ante os 78,1% da média nacional. Chama a atenção o fato de 15% das famílias pernambucanas afirmarem não terem condições de honrar seus compromissos, o quinto maior percentual do país. Os números sugerem a necessidade de maior atenção aos endividados, sobretudo no tocante às famílias com renda entre 3 e 5 salários mínimos e entre 5 e 10 salários mínimos, as únicas que apresentaram crescimento no quesito falta de condições de pagar as dívidas.
 
Turismo e eventos no pendura
O setor de turismo e entretenimento também sofre ainda os efeitos da pandemia. Em meio às discussões sobre a prorrogação ou encerramento do Perse, programa emergencial para o setor, a Abrasel, que representa as empresas de bares e restaurantes, aponta em pesquisa que 41% das empresas têm dívidas em atraso, com destaque para impostos federais, estaduais, empréstimos bancários, e encargos trabalhistas e previdenciários.
 
Engajamento
Pesquisa realizada pela plataforma de gestão de jornada de trabalho, em parceria com a FGV, revela que o trabalhador pernambucano está entre os mais engajados do país, com um média de 58%, ante 40% da média nacional.
 
TI e geração Z
Ainda segundo a pesquisa, os profissionais mais engajados no estado trabalham no setor de  tecnologia, com 74% de engajamento, e pertencem à geração Z, os chamados nativos digitais, que nasceram a partir de 1997.
 
Carros em contêineres
No ano passado, o Tecon Suape superou a marca de 540 mil teus (unidade de contêineres de 20 pés) movimentados, o que representa um crescimento de 6,5%. Ontem a empresa abriu um novo mercado, ao receber 1.972 veículos elétricos da Build Your Dreams (BYD), montadora chinesa com fábrica na Bahia que escolheu Suape para desembarcar seus modelos.