ECONOMIA E NEGóCIOS EM FOCO » Atividade econômica desacelera em novembro

por Ecio Costa
@eciocosta

Publicação: 20/01/2025 03:00

O IBC-Br manteve a desaceleração em novembro, mas acumula alta pelo 4º mês consecutivo. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou crescimento de 0,1% em novembro de 2024 em relação a outubro. Esse resultado marcou o quarto mês consecutivo de alta, indicando uma manutenção do crescimento da economia brasileira no final do ano, mesmo com ritmo mais fraco.

Na comparação com novembro de 2023, o IBC-Br apresentou expansão de 4,1%. No acumulado do ano até novembro, o crescimento foi de 3,8%, enquanto nos últimos 12 meses alcançou 3,6%. Esses números mostram um ritmo de atividade econômica forte, apesar da desaceleração nos últimos dois meses. Os dados divulgados pelo Banco Central são utilizados como ferramenta na formulação de políticas monetárias, especialmente em relação à taxa básica de juros, a Selic.

O IBC-Br oferece uma visão abrangente sobre a atividade econômica, mensalmente, antecipando o PIB oficial, calculado pelo IBGE, mas que é apresentado trimestralmente e com defasagem. No terceiro trimestre de 2024, o PIB brasileiro cresceu 0,9% em relação ao trimestre anterior, com um avanço acumulado de 3,1% nos últimos quatro trimestres. Esses números reforçam as estimativas do mercado financeiro, que projetam um crescimento de 3,49% para o Brasil em 2024.

O IBC-Br usa dados de atividade econômica divulgados pelo IBGE sobre a os setores industrial e de serviços, além da arrecadação de impostos. O setor de serviços teve forte recuo em novembro, de 0,9%, e representa mais de 70% do PIB brasileiro. As vendas do varejo caíram 0.4% também em novembro. O varejo ampliado teve queda ainda maior, de 1,8%. Por fim, a produção industrial recuou 0,6% no mesmo mês. Este foi o segundo mês consecutivo de queda na comparação mensal, período em que a indústria acumulou perda de 0,8%. Esses indicadores influenciaram o resultado do IBC-Br de novembro.

Apesar disso, o desempenho econômico da economia brasileira vem surpreendendo positivamente em relação às expectativas traçadas no início do ano para 2024, quando se esperava uma redução da política fiscal expansionista e os efeitos da retomada de uma política monetária mais restritiva. A política fiscal manteve-se expansionista, porém, gerando déficits, mesmo com aumentos recordes de arrecadação. O efeito tem sido sentido numa pressão inflacionária que, por sua vez, tem levado a uma política monetária ainda mais restritiva. Os efeitos deverão ser percebidos em 2025, com crescimento menor.