DIARIO ECONôMICO » Fuga de capital

por Pedro Ivo Bernardes
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Publicação: 09/01/2025 03:00

O mês de dezembro de 2024 foi desastroso para o Brasil, não apenas por causa da grande desvalorização do real frente, mas também pela desconfiança dos investidores, que resolveram tirar dinheiro do país e colocar em mercados mais estáveis. O fluxo cambial, balanço entre quanto sai e o que entra de dólares do mercado nacional. No mês passado, esse balanço ficou negativo em US$ 26,41 bilhões, resultado de uma fuga de capital de R$ 28,861 bilhões e uma entrada de US$ 2,45 bilhões.
Em todo o ano passado, essa conta ficou negativa em US$ 18,2 bilhões, terceiro pior resultado desde 1982, ficando atrás apenas de 2019 (44,768 bilhões), primeiro ano do governo Bolsonaro, e de 2020 (US$ 27,923 bilhões), primeiro ano da pandemia da covid-19. Ao todo saíram do país US$ 87,214 bilhões e entraram US$ 69,2 bilhões. Tanto os montantes de entrada quanto os de saída foram recordes desde 1982.
Trazendo esse resultado para a vida comum, essa fuga de capital diminui a quantidade de dólar disponível no mercado, elevando a cotação e a inflação. Essa valorização da moeda norte-americana (que significa desvalorização do real) significa aumento de preços de importados, como eletrônicos e medicamentos, além de elevar o preço dos itens produzidos aqui que utilizam insumos externos. Isso sem falar da gasolina, que utiliza como parâmetro o preço do petróleo no mercado externo, que é cotado em dólar.
 
Processos acumulados na Sudene
Em contato com esta coluna, consultores de empresas chamam a atenção para o acúmulo de Processos de Cumprimente de Exigências nos birôs da Sudene. O diretor administrativo da Planasa Assessores e Consultores, Bismarck Rodrigues, destaca que são mais de 700 processos represados e que isso está sendo provocado pelo fato de a instituição contar com apenas um técnico para analisar os processos. Sem a Certidão de Regularidade as empresas não conseguem requerer benefícios.
 
Microcrédito
O Crediamigo, programa de microcrédito do Banco do Nordeste alcançou a marca de R$ 12 bilhões desembolsados em 2024. O valor representa um aumento de 13% em relação às contratações feitas em 2023. Em Pernambuco, o crescimento foi de 17,5%, chegando a R$ 901 mi.
 
Condição de vida
Pesquisa realizada pelo Núcleo de Inteligência de Mercado da Unifafire aponta que 45% da população recifense afirma que a sua condição de vida melhorou no ano passado, enquanto 31,5%  disseram que a situação permaneceu a mesma e pouco mais de 22% disse ter piorado.
 
Bleisure vira tendência entre executivos
Bleisure é um termo criado para designar a tendência de unir trabalho ao lazer, atualmente ainda mais em alta por causa do crescimento do regime híbrido herdado da pandemia. Segundo dados da Paytrack, empresa de gestão de viagens corporativas, 89% das pessoas que viajam a negócios pretendem incluir o lazer em suas viagens.