Selic sobe a 15% e consumidor sentirá impactos
Economista avalia que alta dos juros vai elevar o custo do crédito e reduzir o consumo das famílias. Há risco de aumento na inadimplência no país
Thatiany Lucena
Publicação: 19/06/2025 03:00
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Mercado esperava que o Banco Central mantivesse taxa |
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, ontem, aumentar a Taxa Selic de juros básicos da economia, em 0,25 ponto percentual, para 15% ao ano. De acordo com o economista e planejador financeiro, Danilo Miranda, a alta dos juros deve refletir na elevação do custo do crédito e reduzir o consumo das famílias.
O economista aponta também que, com o crédito mais elevado, ocorre ainda um risco maior de aumento da inadimplência. “Se o devedor sempre está tomando crédito, usando cheque especial e pagando juros, e os juros sobem, ele tende a ficar numa situação que não consiga mais pagar”, afirma. Apesar de aumentar o risco de inadimplência, Miranda destaca que a medida do Banco Central é necessária para combater a inflação que está acima da meta no Brasil.
Segundo Miranda, embora o mercado ou parte dele achasse que o Banco Central pudesse manter a Selic em 14,75%, já estava dentro da programação chegar até 15%. Esta foi a sétima alta seguida de juros básicos. No entanto, o BC já adiantou que, caso a medida consiga conter a inflação, deve interromper o ciclo de alta de juros para avaliar a situação.
Em comunicado, o Copom trouxe as expectativas atualizadas do BC sobre a inflação. O banco prevê que o IPCA acumulado em 12 meses chegará a 4,9% em 2025 (acima do teto da meta) e 3,6% no fim de 2026.
Danilo aponta, porém, que as últimas medidas do governo não serviram para conter a inflação, e que uma opção poderia ser o corte de gastos. “O que observamos é o governo querendo taxar mais. Recentemente, o governo lançou uma medida provisória, por exemplo, aumentando o IOF para quem vai viajar, vai fazer algum pagamento no exterior e que investem em previdência privada”, analisa. (Com Agência Brasil)