PE pode perder US$ 205 milhões com tarifaço
Levantamento foi feito pela Adepe. No estado, quase 20 municípios que exportam aos EUA devem ser afetados e produtos vão além de frutas e açúcar
Publicação: 11/08/2025 03:00
![]() | |
Além da manga, aço e autopeças são exemplos de produtos exportados por Pernambuco |
Com o início da tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras aos Estados Unidos, que entrou em vigor na última quarta-feira, Pernambuco pode ter uma perda de US$ 205 milhões em exportações, de acordo com levantamento da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe). O país norte-americano é o segundo principal destino dos produtos pernambucanos, atrás apenas da Argentina.
São quase 20 municípios do estado com impacto na economia local por conta das taxações e os setores atingidos vão além da fruticultura e do sucroalcooleiro. Plástico, borracha, carne, pescados, aço e autopeças são exemplos de outros produtos pernambucanos exportados para os Estados Unidos. Além das exportações, o tarifaço ainda representa risco à renda e aos empregos e prejuízos aos contratos comerciais.
Todas as regiões do estado serão afetadas. Na Região Metropolitana do Recife e na Zona da Mata Norte, as principais exportações que podem sofrer os impactos do tarifaço são de aço e autopeças, o que apresenta um risco à indústria metalmecânica e automotiva.
No Sertão do São Francisco, entre os principais setores afetados estão a fruticultura irrigada, especialmente a produção da manga e da uva. Na Zona da Mata Sul e Agreste o maior impacto é no açúcar e etanol, o que deve afetar diretamente as usinas pernambucanas.
Segundo dados das exportações de Pernambuco em 2024, registradas no sistema Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), ao todo, 19 cidades do estado exportaram aos EUA. Considerando os valores do ano passado, a cidade mais afetada será o Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR), que, em 2024, exportou US$ 27,20 milhões em produtos para os Estados Unidos.
Em seguida, aparecem Lagoa do Itaenga (US$ 19,6 milhões) e Camutanga (US$ 15,69), ambos na Mata Norte do Estado, e Igarassu (US$ 6,97 milhões), também na RMR, além do Recife (US$ 6,01 milhões).
Os demais municípios afetados são: Timbaúba (US$ 5,11 milhões), Ipojuca (US$ 3,98 milhões), Vitória de Santo Antão (US$ 2,77 milhões), Primavera (US$ 2,28 milhões), Sirinhaém (US$ 1,08 milhões), Petrolina (US$ 0,91 milhões), Ribeirão (US$ 0,50 milhões), Belo Jardim (US$ 0,37 milhões), Bom Jardim (US$ 0,37 milhões), Jaboatão dos Guararapes (US$ 0,07 milhões), Goiana (US$ 0,06 milhões), Caruaru (US$ 0,02 milhões), Gravatá (US$ 0,02 milhões), Bonito (valor total não estimado) e São Lourenço da Mata (valor total não estimado).