TLSA foi pivô da saída de Danilo Cabral da Sudene Subsidiária da CSN, a empresa estaria incomodada com os %u201Catrasos recorrentes%u201D na liberação de recursos para obras do trecho cearense da Transnordestina

Pedro Ivo Bernardes

Publicação: 07/08/2025 03:00

A Transnordestina Logística S.A. (TLSA) foi o pivô da saída do ex-superintendente da Sudene, Danilo Cabral, do cargo. Ao longo da gestão do socialista, a TLSA, subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), vinha manifestando incômodo com os “atrasos recorrentes” na liberação de recursos para as obras do trecho cearense da ferrovia — o único sob sua responsabilidade, já que o trecho Salgueiro-Suape foi devolvido.
Fontes relatam ao Diario que a empresa vinha pressionando o governo federal para a troca no comando da instituição desde dezembro de 2024. Em reserva, uma das fontes relatou: “A empresa vinha cobrando celeridade na liberação dos recursos desde o início do governo Lula, mas não se fala que houve um grande esforço de Danilo (Cabral) para desatar os nós junto ao TCU”. Em plenária realizada no final do governo Bolsonaro, em 2022, o TCU determinou a suspensão de repasses à empresa após análise de possíveis irregularidades em contratos.
O governo aprovou o “reequilíbrio financeiro” da concessão. O plano incluiu a devolução do trecho Salgueiro-Suape e da faixa entre Palmeira dos Índios (AL) e Macau (RN), que interliga os portos de Maceió, Suape, Recife, Cabedelo e Natal. A outra parte contemplou a criação da “Nova Transnordestina”, integrando a linha Eliseu Martins-Salgueiro-Pecém (em construção) e a linha São Luís-Teresina-Fortaleza, única da antiga Malha Nordeste em operação. “Ficaram com o que interessava aos negócios e abandonaram 4 estados”, comentou um servidor.
Apesar das queixas, entre outubro de 2023 e julho de 2025, a TLSA recebeu R$ 1,8 bilhão em repasses da Sudene, o que representa 37% dos recursos recebidos desde janeiro de 2010. Procurada, a TLSA informou, por meio de sua assessoria, que não comentaria o assunto.
Danilo Cabral negou atraso na liberação de recursos. “Assumimos a Sudene em julho de 2023 e em setembro, tão logo a obra foi destravada junto ao TCU e a obra retomada, liberamos R$ 800 milhões e agora em 2025 já liberamos R$ 1 bilhão e tem outros R$ 800 milhões para sair. Não há um dia de atraso que tenha sido causado por fluxo financeiro da nossa parte”, afirmou.