Capriles: discurso em tom de ameaça

Publicação: 27/10/2016 03:00

“Roubaram de nós o direito de votar e eu digo: se roubam nosso direito de votar, entramos em outra fase na Venezuela”, afirmou o líder opositor, Henrique Capriles, durante a marcha. “Hoje estamos dando um prazo ao governo. Eu digo ao covarde que está em Miraflores (...) que em 3 de novembro todo o povo venezuelano virá a Caracas porque vamos pro ‘Miraflores’”, advertiu Capriles.

Vestidos em sua maioria com camisas brancas e bonés com a bandeira da Venezuela, vários manifestantes saíram de sete pontos de Caracas e se encontraram na autoestrada Francisco Fajardo (leste), tomada pela multidão. Os participantes carregavam cartazes escritos à mão. “Não vamos nos render. Revogatório já”.

Klenia Campos, engenheira informática de 41 anos, disse que a marcha “é uma medida de pressão para que (Maduro) entenda que precisa ir embora. Tanta passividade não dá mais, temos que fazer mais pressão”.

“O povo saiu pacificamente, estamos na rua e acho que vamos ficar até que haja uma resposta deste governo que não respeita a Constituição e tem pavor do revogatório”, disse Victor Jiménez, relações públicas de 63 anos.

A chamada Tomada da Venezuela ocorre no que deveria ser o primeiro de três dias para a coleta de quatro milhões de assinaturas (20% do colégio eleitoral), último passo antes da convocação para referendo.