Em meio ao pânico mundial provocado pelo surgimento da variante ômicron, a obrigatoriedade entrou no radar das autoridades políticas e econômicas de vários países. A Comissão Europeia pediu ontem que os países da UE reflitam sobre a obrigatoriedade da vacinação contra o coronavírus.

A Áustria já anunciou que a vacinação será obrigatória a partir de fevereiro. A Alemanha está analisando a possibilidade e a Grécia afirmou no domingo que a vacina será obrigatória para os maiores de 60 anos. E a África do Sul cogita decretar a obrigatoriedade da vacina, apesar de muitas resistências.

“Acho que é compreensível e apropriado conduzir este debate agora, como podemos encorajar e potencialmente pensar na vacinação obrigatória dentro da União Europeia”, disse a presidente da Comissão, Ursula von der Limen.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) também alertouontem que a ômicron pode ser uma ameaça à recuperação econômica global e reduziu suas projeções para o crescimento mundial em 2021. A economia mundial pode crescer 5,6% neste ano, antecipou a OCDE em suas projeções, uma queda de 0,1 ponto em relação às anteriores, feitas em setembro

Na África do Sul, o presidente Cyril Ramaphosa anunciou que uma equipe de especialistas trabalharia na “possibilidade de tornar obrigatória a vacinação para certas atividades e em locais específicos”. Há menos de um ano, ele afirmou que “ninguém seria obrigado” a tomar a vacina contra Covid-19.

O presidente recebeu um apoio inesperado, o da  COSATU, maior central sindical do país, que é ligada ao partido governante Conselho Nacional Africano (ANC). “Nossa posição mudou”, afirmou o sindicato, ao explicar que agora é favorável à vacinação obrigatória. (AFP)