Vaticano instala chaminé na Capela Sistina É por ela que passará a fumaça preta, quando não houver maioria dos votos, ou a branca que irá anunciar ao mundo que um novo papa foi escolhido

Publicação: 03/05/2025 03:00

Instalação do objeto foi realizada pelos bombeiros (GABRIEL BOUYS/AFP)
Instalação do objeto foi realizada pelos bombeiros
O Vaticano instalou, ontem, a chaminé que anunciará que os cardeais, confinados na Capela Sistina a partir da próxima semana, elegeram o sucessor do papa Francisco. Um total de 133 cardeais votarão na próxima quarta-feira, sob os afrescos de Michelangelo, para escolher o novo líder espiritual dos 1,4 bilhão de católicos.

Os chamados “príncipes da Igreja” realizarão quatro votações diárias: duas pela manhã e duas à tarde, exceto no primeiro dia. E queimarão as cédulas de votação em um forno para anunciar o resultado ao mundo: fumaça preta se não conseguirem atingir a necessária maioria de dois terços; branca se “Habemus papam” (temos papa, em tradução livre).

Dezenas de milhares de pessoas na Praça de São Pedro e milhões de pessoas ao redor do mundo que assistem pela televisão estarão de olho no estreito cilindro marrom, à espera do grande anúncio. Há uma atmosfera “mais espiritual”, disse Diana Ispego, uma mexicana residente nos Estados Unidos, à AFP, apontando para a chaminé.

A Capela Sistina tem dois fornos ligados à mesma chaminé, de onde vem a única indicação do que acontece lá dentro. No mais antigo, são queimadas as cédulas de votação e as notas dos cardeais. O segundo, mais moderno, é usado para anunciar o resultado da votação. Deste último, com a ajuda de produtos químicos, sai a fumaça preta ou fumaça branca.

A chaminé foi instalada por uma brigada de bombeiros da Santa Sé, que subiu até a empena do telhado da majestosa capela. A instalação coincidiu com a retomada das congregações gerais, onde cerca de 200 cardeais se reuniram para discutir as prioridades para o futuro desta instituição de 2.000 anos. A reunião de ontem enfatizou a propagação da fé católica, a necessidade de unidade e o risco de “contratestemunho” — problemas como abuso sexual e escândalos financeiros —, disse o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni. (AFP)