Mais de 1,1 bi de pessoas vivem em pobreza aguda Desse total, 38% das pessoas vivem em locais de conflitos, onde as privações enfrentadas são de três a cinco vezes mais graves que em regiões sem guerras

Publicação: 18/10/2024 03:00

Mais de 1,1 bilhão de pessoas - um em cada oito cidadãos do planeta - vivem em pobreza aguda, metade delas menores de idade, denunciou ontem o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que alerta para uma situação três vezes pior nas zonas de conflito. A pobreza aguda em zonas de conflito afeta a média de 34,8% da população, contra 10,9% nos países em paz, segundo o Índice de Pobreza Multidimensional Global (IPM) que o PNUD e a Iniciativa de Oxford sobre Pobreza e Desenvolvimento Humano elaboram desde 2010.

Ao contrário do Banco Mundial, que define a pobreza extrema como quando uma pessoa recebe no máximo 2,15 dólares por dia (12 reais na cotação atual), o IPM é elaborado a partir de indicadores como a falta adequada de habitação, saneamento, energia elétrica, combustível para cozinhar, nutrição e escolaridade.

“O IPM 2024 mostra um quadro preocupante”, afirma o diretor de estatísticas do Relatório sobre Desenvolvimento Humano do PNUD, Yanchun Zhang, que alerta que dos 1,1 bilhão de pobres multidimensionais, “455 milhões vivem à sombra de conflitos”.

“Nas nações devastadas pela guerra, os índices de pobreza são três vezes mais elevados do que em ambientes mais pacíficos. As privações que as pessoas enfrentam – seja em termos de nutrição, água, saneamento, eletricidade ou educação – são de três a cinco vezes mais graves”, disse.

“Nas nações devastadas pela guerra, os índices de pobreza são três vezes mais elevados do que em ambientes mais pacíficos. As privações que essas pessoas enfrentam – seja em termos de nutrição, água, saneamento, eletricidade ou educação – são de três a cinco vezes mais graves que em outros locais”, garantiu Yanchun Zhang.

Para Sabina Alkire, diretora da Iniciativa de Oxford, as guerras e os conflitos não só deixam “cicatrizes profundas e duradouras nas vidas de muitas maneiras”, mas também “dificultam a redução da pobreza”. (AFP)