Acordo da COP29 tachado de "insulto"
Países em desenvolvimento discordaram do acordo, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, esperava "resultado mais ambicioso"
Publicação: 25/11/2024 03:00
Os países em desenvolvimento expressaram, ontem, sua decepção e tacharam de “insulto” o acordo alcançado na COP29, em Baku, que estabelece que os países ricos aportem US$ 300 bilhões (R$ 1,7 trilhão) ao ano para as nações em desenvolvimento enfrentarem as mudanças climáticas, uma cifra que estas consideraram insuficiente. O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que esperava “um resultado mais ambicioso” e chamou “os governos para verem este acordo como uma base... E construam sobre ela”.
“O objetivo não é o que esperávamos conseguir. Depois de anos de discussões, não é ambicioso para nós”, disse Evans Njewa, diplomata do Malaui e chefe do bloco de Países Menos Desenvolvidos. A contribuição acordada “é um insulto à demanda dos países em desenvolvimento”, afirmou Diego Pacheco, negociador-chefe da Bolívia. “O pagamento da dívida climática é um direito dos países do Sul Global”, defendeu, sendo ovacionado na sala onde era realizada a sessão plenária.
O queniano Ali Mohamed, à frente do grupo de países africanos, se disse “extremamente decepcionado” com um acordo “pequeno demais, tardio demais”. “Não será suficiente”, alertou à AFP o negociador-chefe do Panamá, Juan Carlos Monterrey.
Segundo o projeto de acordo final, os países ricos se comprometem a aportar “pelo menos” 300 bilhões de dólares (R$ 1,7 trilhão) ao ano até 2035 para que os países empobrecidos enfrentem as consequências do aquecimento global.
Mas, os países em desenvolvimento calculam que, com a inflação, o esforço financeiro real dos países que prestam esta ajuda (os europeus, os Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália, Nova Zelândia) seria muito menor, ainda mais com os esforços já previstos por bancos multilaterais de desenvolvimento.
“Nenhum país conseguiu tudo o que queria, e vamos embora de Baku com uma montanha de trabalho ainda por fazer. Sendo assim, não é o momento de dar voltas da vitória”, afirmou o chefe da organização da ONU para o clima, Simon Stiell, em um comunicado. O pacto é “decepcionante” e “não está à altura dos desafios”, lamentou a ministra francesa da Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher.
A União Europeia, ao contrário, comemorou o acordo. O pacto “marca uma nova era” na cooperação e no financiamento climáticos, saudou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em uma postagem no X.
O acordo estabelece separadamente o ambicioso objetivo de obter um total de 1,3 trilhão de dólares (R$ 7,5 trilhões) por ano até 2035 para os países em desenvolvimento, o que incluiria a contribuição dos países ricos e outras fontes de financiamento, como fundos privados. Em 2025, o Brasil sediará a COP30 em Belém do Pará. (AFP)
“O objetivo não é o que esperávamos conseguir. Depois de anos de discussões, não é ambicioso para nós”, disse Evans Njewa, diplomata do Malaui e chefe do bloco de Países Menos Desenvolvidos. A contribuição acordada “é um insulto à demanda dos países em desenvolvimento”, afirmou Diego Pacheco, negociador-chefe da Bolívia. “O pagamento da dívida climática é um direito dos países do Sul Global”, defendeu, sendo ovacionado na sala onde era realizada a sessão plenária.
O queniano Ali Mohamed, à frente do grupo de países africanos, se disse “extremamente decepcionado” com um acordo “pequeno demais, tardio demais”. “Não será suficiente”, alertou à AFP o negociador-chefe do Panamá, Juan Carlos Monterrey.
Segundo o projeto de acordo final, os países ricos se comprometem a aportar “pelo menos” 300 bilhões de dólares (R$ 1,7 trilhão) ao ano até 2035 para que os países empobrecidos enfrentem as consequências do aquecimento global.
Mas, os países em desenvolvimento calculam que, com a inflação, o esforço financeiro real dos países que prestam esta ajuda (os europeus, os Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália, Nova Zelândia) seria muito menor, ainda mais com os esforços já previstos por bancos multilaterais de desenvolvimento.
“Nenhum país conseguiu tudo o que queria, e vamos embora de Baku com uma montanha de trabalho ainda por fazer. Sendo assim, não é o momento de dar voltas da vitória”, afirmou o chefe da organização da ONU para o clima, Simon Stiell, em um comunicado. O pacto é “decepcionante” e “não está à altura dos desafios”, lamentou a ministra francesa da Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher.
A União Europeia, ao contrário, comemorou o acordo. O pacto “marca uma nova era” na cooperação e no financiamento climáticos, saudou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em uma postagem no X.
O acordo estabelece separadamente o ambicioso objetivo de obter um total de 1,3 trilhão de dólares (R$ 7,5 trilhões) por ano até 2035 para os países em desenvolvimento, o que incluiria a contribuição dos países ricos e outras fontes de financiamento, como fundos privados. Em 2025, o Brasil sediará a COP30 em Belém do Pará. (AFP)