Dois cardeais não vão participar do conclave Um espanhol e um bósnio estarão ausentes da escolha do novo papa por motivos de saúde, segundo o Vaticano. Religiosos com direito a voto passam a ser 133

Publicação: 30/04/2025 03:00

O Vaticano informou, ontem, duas ausências no conclave que elegerá o sucessor do papa Francisco a partir da próxima semana, o que reduz o total de cardeais com direito a voto para 133. Um espanhol e um bósnio não poderão participar por motivos de saúde.

O porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni, não confirmou suas identidades. A Conferência Episcopal Espanhola informou à AFP que um deles era Antonio Cañizares, 79 anos, arcebispo de Valência.

Os cardeais com menos de 80 anos têm direito a votar na eleição do novo pontífice, que começa em 7 de maio na Capela Sistina: inicialmente eram 135 de 252. O novo papa é eleito com pelo menos dois terços dos votos. Os cardeais não terão acesso a seus celulares, à internet ou à imprensa até que a fumaça branca anuncie o “Habemus papam”.

Os chamados “príncipes” da Igreja realizam reuniões diárias a portas fechadas na sala Paulo VI do Vaticano desde a morte do primeiro pontífice latino-americano, em 21 de abril, aos 88 anos. As reuniões são as “congregações gerais” nas quais os cardeais debatem as prioridades para o futuro da instituição de 2.000 anos. Ontem, as discussões abordaram a evangelização e o papel da Igreja na paz. Na véspera, o encontro abordou os abusos sexuais por parte do clero.

Um total de 80% dos cardeais eleitores foram designados por Francisco, que criou cardinalatos em regiões remotas, historicamente esquecidas pela Igreja Católica. A eleição que levou Francisco em 2013 à Cátedra de Pedro demorou dois dias, a mesma duração da votação de seu antecessor, Bento 16. A expectativa é que este conclave também seja curto, durando dois ou três dias.

EXCLUSÃO
O italiano Angelo Becciu, de 76 anos, desistiu da tentativa de pressionar para entrar no conclave, depois de ter sido excluído por decisão de Francisco, que despojou seus privilégios de cardeal após uma operação imobiliária opaca em Londres que o levou à Justiça. Ele insistia que era seu dever participar do conclave porque ainda tinha o título de cardeal e participava das reuniões preparatórias, mas Parolin apresentou dois documentos do papa Francisco que confirmou sua exclusão. (AFP)