EUA: pausa em tarifas e guerra comercial
Donald Trump reduziu a 10%, por 90 dias, as taxas para dezenas de países, exceto a China que teve índice aumentado para 125%
Publicação: 10/04/2025 03:00
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O presidente americano, Donald Trump, deu uma guinada em sua guerra comercial ontem ao anunciar uma “pausa” de 90 dias nas tarifas aplicadas para dezenas de países, com exceção da China, sobre a qual imporá taxas de 125% em resposta à retaliação de Pequim. “É preciso ser flexível”, justificou o republicano a jornalistas na Casa Branca.
Trump reconheceu que seu anúncio de uma ofensiva tarifária generalizada na semana passada “assustou um pouco” os investidores e os deixou “febris”. O presidente ainda admitiu estar acompanhando de perto o mercado de títulos do Tesouro dos EUA, considerado um valor-refúgio, que vem sofrendo nos últimos dias.
Em sua plataforma Truth Social, o presidente acusou a China do que considera uma “falta de respeito” e puniu o país com tarifas alfandegárias de 125%, “com efeito imediato”. Mais tarde, Trump disse que “não imagina” ter que aumentar novamente as tarifas. “Não acho que seja necessário. Calculamos com muita precisão”, acrescentou.
Horas depois de zombar de seus parceiros comerciais, dizendo que estavam “lhe beijando o traseiro” para negociar acordos “sob medida”, Trump recuou parcialmente. Como mais de 75 países solicitaram negociações, ele autorizou “uma pausa de 90 dias e uma tarifa recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato”. Ele os premiou por, segundo ele, não terem retaliado.
TAXAS
Isso significa que mantém o imposto universal de 10% que entrou em vigor no sábado, no qual já estavam incluídos a maioria dos países latino-americanos, e do qual ficam excluídos Belarus, Cuba, Coreia do Norte e Rússia.
Canadá e México também estão sujeitos a um regime especial que implica tarifas de 25% (10% para os hidrocarbonetos canadenses), exceto para os produtos contemplados no Tratado de Livre Comércio da América do Norte (T-MEC). No entanto, ninguém escapou dos tributos anteriormente impostos sobre o alumínio, o aço e os automóveis.
Após a decisão de Trump, a bolsa de Wall Street disparou (Dow Jones +7,9%, S&P 500 9,5% e Nasdaq 12,2%). O preço do petróleo, deprimido pelo risco de recessão, começou a subir. (AFP)