Hezbollah do Iraque ameaça bases dos EUA Comunicado foi feito ontem pela milícia, que tem ligações com o Hezbollah libanês, diante da possibilidade do país entrar no conflito Irã x Israel

Publicação: 20/06/2025 03:00

Apoiadores participam de uma reunião na cidade de Nasiriyah, no sul do Iraque (ASAAD NIAZI/AFP)
Apoiadores participam de uma reunião na cidade de Nasiriyah, no sul do Iraque

O Kataib Hezbollah, milícia xiita que faz parte das Forças de Mobilização Popular do Iraque (PMF), disse que bases dos Estados Unidos no Oriente Médio podem ser atacadas, caso o país entre no conflito entre Israel e Irã. A ameaça foi divulgada ontem pelo líder de segurança do grupo, Abu Ali al-Askari.

“Reafirmamos, com ainda mais clareza, que, caso os Estados Unidos entrem nesta guerra, o desequilibrado Trump perderá todos os trilhões que sonha em angariar nesta região”, afirmou al-Askari. “Sem dúvida, as bases americanas espalhadas pela região tornar-se-ão semelhantes a campos de caça a patos”.

Além disso, o líder do grupo iraquiano — que possui ligações com o Hezbollah libanês — ameaçou fechar importantes rotas de navegação no Oriente Médio. Entre eles, o Estreito de Ormuz, entre os golfos Pérsico e de Omã, e a hidrovia de Bab-el-Mandeb, no Mar Vermelho.

Mais cedo, o Hezbollah no Líbano declarou apoio ao Irã na guerra contra Israel. Ambos os grupos são supostamente apoiados pelo regime iraniano. O secretário-geral do Hezbollah, Naim Qassem, divulgou um comunicado em que criticou as recentes ameaças dos Estados Unidos e afirmou que o Hezbollah não permanecerá neutro diante do conflito.

“Nós, do Hezbollah e da Resistência Islâmica, não somos neutros entre os direitos legítimos e independentes do Irã e a malevolência dos Estados Unidos e sua agressão ao tumor cancerígeno, Israel”, afirmou Qassem.

A declaração marca a primeira manifestação oficial de Qassem desde o início da ofensiva israelense. Até então, o Hezbollah vinha mantendo distância direta do conflito, apesar de sua histórica aliança com Teerã. Enfraquecido pela guerra devastadora com Israel no ano passado, o grupo não ativou a frente libanesa.

TRUMP
A Casa Branca anunciou, ontem, que o presidente Donald Trump tomará decisão sobre entrar no conflito entre Israel e Irã nas próximas duas semanas. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, informou que o presidente irá decidir sobre a entrada dos EUA no conflito com base em informações sobre as negociações entre os dois países. 

Horas antes, o republicano negou que teria aprovado o plano para atacar o Irã, como noticiado pelo jornal norte-americano The Wall Street Journal no dia anterior. Segundo o jornal, ele teria avisado a assessores, um dia antes, que havia aprovado os planos de ataque. (Metrópoles)