Manifestantes e Guarda se enfrentam em LA O presidente Donald Trump prometeu que tropas vão garantir "uma legalidade muito severa". Em comunicado, governadores criticaram ação

Publicação: 09/06/2025 03:00

Esta é a primeira vez desde 1965 que um presidente mobiliza esta força sem pedido (JAIME SALDARRIAGA / AFP)
Esta é a primeira vez desde 1965 que um presidente mobiliza esta força sem pedido

Autoridades voltaram, ontem, a confrontar os manifestantes em Los Angeles, enquanto tropas da Guarda Nacional começavam a se mobilizar na segunda cidade mais populosa dos Estados Unidos, após dois dias de protestos contra operações que têm como alvo imigrantes sem documentos.

O presidente Donald Trump prometeu que as tropas vão garantir “uma legalidade muito severa e ordem”, e pareceu deixar as portas abertas para novas mobilizações militares, em outras cidades. “Há pessoas violentas”, afirmou.

As tropas da Guarda Nacional, uma força militar de reserva usada em situações como desastres naturais, mas raramente em distúrbios civis, começaram a chegar a Los Angeles na madrugada deste domingo, com cerca de 300 soldados.

A Guarda têm a tarefa de “garantir a proteção e segurança de instalações e funcionários federais”, segundo o comando militar. Elas estão destacadas em uma instalação federal no centro de Los Angeles, onde se uniram a autoridades do Departamento de Segurança Interna.

Em comunicado conjunto, os governadores democratas criticaram o destacamento militar ordenado por Trump. “A ação do presidente é um abuso de poder alarmante. É importante que respeitemos a autoridade executiva dos governadores do nosso país para conduzir sua Guarda Nacional.”

Nos últimos dois dias, agentes federais usaram bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo contra manifestantes que se opõem à prisão de dezenas de imigrantes, em uma cidade com grande população latina.

A prefeita de Los Angeles, Karen Bass, disse hoje a um canal local que houve “atos de vandalismo” durante a noite, mas ressaltou que a situação estava sob controle. 

Esta é a primeira vez desde 1965 que um presidente mobiliza esta força sem o pedido de um governador estadual, informou o ex-diretor da Human Rights Watch Kenneth Roth, que acusou Trump de “criar um espetáculo para poder continuar com suas operações” contra os imigrantes. (AFP)