Publicação: 26/08/2014 03:00
Dois motins marcaram o fim de semana. Na sexta-feira, rebelião no Centro de Ressocialização de Pedreiras, a 235km de São Luís, no Maranhão, roubou a vida de um detento e deixou cinco feridos. No domingo, o levante se deu na Penitenciária Estadual de Cascavel, no oeste do Paraná. Saldo: quatro feridos e quatro mortos. Dois prisioneiros foram degolados e dois jogados do telhado do prédio.
Revolta em prisões é a crônica da morte anunciada. Sabe-se que ocorrerá. A incógnita é só saber quando. A certeza não se deve a bola de cristal ou a poderes extra-humanos. Deve-se à manutenção e até ao agravamento das condições que se encontram na raiz da insurreição.
Aumenta em ritmo assustador a quantidade de encarcerados no Brasil. Em 1995, o censo penitenciário registrou a existência 148.760 presos — 95,4 para cada grupo de 100 mil habitantes. Em 2001, a cifra saltou para 223.220 — 142,1 detentos para cada grupo de 100 mil. Em 2014, a conta atingiu 563.526 pessoas. O número seria quase o dobro se os mandados de prisão fossem cumpridos — nada menos de 1,086 milhão. O déficit de vagas — considerada a população encarcerada — atinge nada menos que 206 mil. Explica-se, assim, as imagens reproduzidas pela mídia de homens enjaulados em espaços insuficientes.
O sistema prisional brasileiro falha na recuperação e reintegração de cidadãos. Em vez de ressocializarem a pessoa que desrespeitou as regras da convivência, as cadeias se transformaram em escolas do crime. Homens e mulheres que cometem infrações leves são encarcerados com homicidas, traficantes e demais bandidos de alta periculosidade. O resultado é a reincidência violenta, própria de quem não tem o que perder. É hora de candidatos que pleiteiam cargos executivos dizerem à sociedade como esperam acabar com o quadro que envergonha a consciência civilizada do mundo.
Revolta em prisões é a crônica da morte anunciada. Sabe-se que ocorrerá. A incógnita é só saber quando. A certeza não se deve a bola de cristal ou a poderes extra-humanos. Deve-se à manutenção e até ao agravamento das condições que se encontram na raiz da insurreição.
Aumenta em ritmo assustador a quantidade de encarcerados no Brasil. Em 1995, o censo penitenciário registrou a existência 148.760 presos — 95,4 para cada grupo de 100 mil habitantes. Em 2001, a cifra saltou para 223.220 — 142,1 detentos para cada grupo de 100 mil. Em 2014, a conta atingiu 563.526 pessoas. O número seria quase o dobro se os mandados de prisão fossem cumpridos — nada menos de 1,086 milhão. O déficit de vagas — considerada a população encarcerada — atinge nada menos que 206 mil. Explica-se, assim, as imagens reproduzidas pela mídia de homens enjaulados em espaços insuficientes.
O sistema prisional brasileiro falha na recuperação e reintegração de cidadãos. Em vez de ressocializarem a pessoa que desrespeitou as regras da convivência, as cadeias se transformaram em escolas do crime. Homens e mulheres que cometem infrações leves são encarcerados com homicidas, traficantes e demais bandidos de alta periculosidade. O resultado é a reincidência violenta, própria de quem não tem o que perder. É hora de candidatos que pleiteiam cargos executivos dizerem à sociedade como esperam acabar com o quadro que envergonha a consciência civilizada do mundo.