Marcelo Alcoforado
Publicitário
marceloalcoforado@qicom.com.br
Publicação: 24/03/2015 03:00
Era uma vez uma rainha muito presumida, dessas que costumava depreciar seus adversários e até mesmo seus ministros. Como toda mulher, ela apreciava vestir-se bem e, sabendo disso, surgiu um estilista prometendo fazer-lhe um belíssimo vestido em um tecido tão bonito e de tal qualidade que os tolos não seriam capazes de enxergá-lo. Com um vestido desses, afirmou, a soberana distinguiria as pessoas inteligentes das pessoas tolas, portanto inservíveis para a sua corte.
Claro que a rainha exultou e imediatamente mandou fazer o vestido. Com ele, pensou, veria claramente as qualidades dos seus ministros e dos opositores.
Semanas depois, o estilista chegou triunfante trazendo o vestido. Apresentou-o à rainha, mas ela não via nada. Ora, não querendo passar por parva, ela somente exclamava o quanto o vestido era belo! O estilista, mestre do embuste, simulava estar vestindo a rainha, fazendo todos os gestos e elogios próprios dessas ocasiões. Não cansava de decantar a elegância real e até lhe estimulava a vaidade feminina, dizendo que todas a invejariam.
A notícia do vestido que apenas os inteligentes podiam ver logo se espalhou.
Então, em uma tarde domingueira, milhares de pessoas nas ruas protestando contra os insuportáveis impostos e a corrupção do reino, ela resolveu mostrar seu vestido ao povo que outrora a aclamara. Foi aí que, em determinado momento, uma criança, com toda a sua inocência, gritou:
- Minha gente, a rainha está nua!
Ninguém conseguiu segurar o riso. As gargalhadas se sucediam, e só então ela compreendeu que não era tão autossuficiente quanto pensava e que os súditos possuíam a capacidade de indignação.
Arrependida de sua vaidade, então, escondeu-se no palácio e, na noite seguinte, fez um pronunciamento na televisão, prometendo que dali em diante se abriria ao diálogo e seria mais humilde.
(Essa história, uma paródia do conto A Roupa Nova do Rei, do escritor de histórias infantis Hans Christian Andersen, é obra de ficção. Por isso, qualquer semelhança com alguém real será mera coincidência).
Claro que a rainha exultou e imediatamente mandou fazer o vestido. Com ele, pensou, veria claramente as qualidades dos seus ministros e dos opositores.
Semanas depois, o estilista chegou triunfante trazendo o vestido. Apresentou-o à rainha, mas ela não via nada. Ora, não querendo passar por parva, ela somente exclamava o quanto o vestido era belo! O estilista, mestre do embuste, simulava estar vestindo a rainha, fazendo todos os gestos e elogios próprios dessas ocasiões. Não cansava de decantar a elegância real e até lhe estimulava a vaidade feminina, dizendo que todas a invejariam.
A notícia do vestido que apenas os inteligentes podiam ver logo se espalhou.
Então, em uma tarde domingueira, milhares de pessoas nas ruas protestando contra os insuportáveis impostos e a corrupção do reino, ela resolveu mostrar seu vestido ao povo que outrora a aclamara. Foi aí que, em determinado momento, uma criança, com toda a sua inocência, gritou:
- Minha gente, a rainha está nua!
Ninguém conseguiu segurar o riso. As gargalhadas se sucediam, e só então ela compreendeu que não era tão autossuficiente quanto pensava e que os súditos possuíam a capacidade de indignação.
Arrependida de sua vaidade, então, escondeu-se no palácio e, na noite seguinte, fez um pronunciamento na televisão, prometendo que dali em diante se abriria ao diálogo e seria mais humilde.
(Essa história, uma paródia do conto A Roupa Nova do Rei, do escritor de histórias infantis Hans Christian Andersen, é obra de ficção. Por isso, qualquer semelhança com alguém real será mera coincidência).