Ariadne Quintella
Jornalista
ariadne_quintella@hotmail.com
Publicação: 26/03/2015 03:00
Como remédio contendo uma gama de indicações, inclusive no combate ao mau hálito, cura da frieira e anti-hemorrágico, o Elixir Sanativo teve sua marca registrada sob o nº 934, conforme consta na publicação do Diario de Pernambuco, de 9 de janeiro de 1917, juntamente com o Vinho de Cajurubeba, elaborado de uma planta conhecida no Nordeste como jurubeba que produz frutinhos minúsculos em cachos. Mas o elixir mesmo, resultante de uma mistura de extratos de angico, aroeira, camapu, mandacaru, foi concebido há mais de 120 anos, considerado como uma das marcas mais antigas do País, tendo sido sua eficácia comprovada em 1888, ano em que foi registrado na Inspetoria Geral de Higiene da França, e hoje ainda existe, com uma ressalva: o nome que ficou foi Sanativo, uma opção do laboratório pernambucano Laperli, hoje à frente de sua fabricação.
Mas o descobridor/inventor e responsável por tudo isso no primeiro laboratório no Recife, onde veio residir após deixar Limoeiro em 1862 (então com 22 anos) ao que consta na Rua Visconde de Albuquerque, nas Graças, Firmino Cândido de Figueiredo faleceu em 1914 já viúvo de Maria Elisa, sua grande paixão. E o que ninguém sabia, era poeta e para sua mulher dirigia grande parte de seus versos de amor. Seus versos metrificados e rimados, copiados num caderno grosso sob o título
“Confidências”, foram recolhidos mais tarde por sua bisneta, a cientista social Leony Amorim, aposentada da Sudene, que na coleta incluiu também as centenas de indicações do Elixir Sanativo, constantes da marca registrada de antanho. Todo esse acervo devidamente comentado foi por Leony Amorim editado sob a forma de livro, mantido o mesmo título“Confidências”, contendo na capa uma fotografia identificada em letras douradas pelo nome completo de Firmino Cândido de Figueiredo, editado pela FacForm e prefaciado pelo médico escritor Alvacir Raposo.
Para o prefaciador, toda essa produção poética remete à fase romântica da poesia brasileira. “Não há nele, observo, sabores do condoreirismo, mas, ao contrário, a enorme influência dos poetas ligados ao 'espírito nativo' e, principalmente, a vertente ao sentimentalismo”, completa. Há, porém, uma descoberta preciosa e por que não dizer prazerosa de Leony. Com ajuda da Biblioteca Pública do Estado ali achou primeiramente, o nome dele e a sua obra “Confidências” numa segunda edição publicada de 1885 ; mais tarde, já em casa, com os recursos da internet, chegou à primeira edição de 1868. E assim recuperou as duas edições, partindo, daí em diante, para enriquecer a obra por meio de pesquisa de tudo o que foi documento em arquivos, na Junta Comercial, jornais, livros, cartas, lugares, pessoas, na busca de mais informações a respeito da vida do farmacoquímico e poeta ao mesmo tempo. E com o resgate de fatos e coisas esquecidos há mais de um século e meio, conseguiu devolver ao seu bisavô, com essa nova edição, a dimensão que lhe cabe entre os poetas pernambucanos e na literatura brasileira. Em recente lançamento no auditório dos Correios, no Recife, os convidados foram surpreendidos com a dadivosa oferta de um vidro do Sanativo para os adquirentes do livro.
Mas o descobridor/inventor e responsável por tudo isso no primeiro laboratório no Recife, onde veio residir após deixar Limoeiro em 1862 (então com 22 anos) ao que consta na Rua Visconde de Albuquerque, nas Graças, Firmino Cândido de Figueiredo faleceu em 1914 já viúvo de Maria Elisa, sua grande paixão. E o que ninguém sabia, era poeta e para sua mulher dirigia grande parte de seus versos de amor. Seus versos metrificados e rimados, copiados num caderno grosso sob o título
“Confidências”, foram recolhidos mais tarde por sua bisneta, a cientista social Leony Amorim, aposentada da Sudene, que na coleta incluiu também as centenas de indicações do Elixir Sanativo, constantes da marca registrada de antanho. Todo esse acervo devidamente comentado foi por Leony Amorim editado sob a forma de livro, mantido o mesmo título“Confidências”, contendo na capa uma fotografia identificada em letras douradas pelo nome completo de Firmino Cândido de Figueiredo, editado pela FacForm e prefaciado pelo médico escritor Alvacir Raposo.
Para o prefaciador, toda essa produção poética remete à fase romântica da poesia brasileira. “Não há nele, observo, sabores do condoreirismo, mas, ao contrário, a enorme influência dos poetas ligados ao 'espírito nativo' e, principalmente, a vertente ao sentimentalismo”, completa. Há, porém, uma descoberta preciosa e por que não dizer prazerosa de Leony. Com ajuda da Biblioteca Pública do Estado ali achou primeiramente, o nome dele e a sua obra “Confidências” numa segunda edição publicada de 1885 ; mais tarde, já em casa, com os recursos da internet, chegou à primeira edição de 1868. E assim recuperou as duas edições, partindo, daí em diante, para enriquecer a obra por meio de pesquisa de tudo o que foi documento em arquivos, na Junta Comercial, jornais, livros, cartas, lugares, pessoas, na busca de mais informações a respeito da vida do farmacoquímico e poeta ao mesmo tempo. E com o resgate de fatos e coisas esquecidos há mais de um século e meio, conseguiu devolver ao seu bisavô, com essa nova edição, a dimensão que lhe cabe entre os poetas pernambucanos e na literatura brasileira. Em recente lançamento no auditório dos Correios, no Recife, os convidados foram surpreendidos com a dadivosa oferta de um vidro do Sanativo para os adquirentes do livro.