Ventos alísios

José Carlos L. Poroca
Executivo do segmento shopping centers
jcporoca@uol.com.br

Publicação: 20/06/2015 03:00

Ver filmes e documentários está no rol dos prazeres favoritos, já foi dito. Não é o maior nem o menor da lista. Há outro, nos primeiros da lista que está em desuso, não por minha vontade, mas isso já é outra história. Outro dia, vi documentário em que o personagem - um dos ‘grandes’ de emissora (rádio/jornal/tevê) cujo passado merece ressalvas - mostra o ‘cenário’ onde passa boa parte da sua vida e diz sobre a necessidade de ver um filme/dia. Sonho. Fala sobre dois filmes que não saem do catálogo e estão na minha lista: ‘Amarcord’ e ‘Cantando na Chuva’. Confesso, senti um pouco de inveja do acervo e do espaço apropriado. Pra compensar, disse para mim: é do meu time.
Mudo o cenário para outro capítulo. Neste, aparece um mosquito mal encarado, infectando pessoas de um país. O mosquito é do gênero feminino e quer se vingar de todos os ‘machos’ do Planeta. Na ânsia de picar ‘os men’, fica cego e mete o ferrão em mulheres, crianças e, pra não perder a viagem (vingança?), nos homens. Coisas que acontecem nos filmes e que a gente vê todo dia na Noruega, Suécia e Dinamarca, países com qualidade de vida similar à nossa.
Os cenários mudam. Noutro, nos vemos como amantes de filmes em histórias que nem sempre acontecem na real. Há finais felizes, há bandidos derrotados a caminho da cela; existem amores eternos, enfim, cenas que nos emocionam e, sem dúvida, nos ajudam a acreditar que ainda há esperança: o operador chefe sempre leva a pior quando conduz mal a carroça – de qualquer tipo ou espécie – e os passageiros sofrem apenas um susto ou tem a roupa suja e amassada.
Os cenários são reproduções de flashes da memória de um garoto que escutou lá atrás que “o Brasil é o país do futuro”. O boy já passou dos 50 e continua acreditando que um dia surgirá o herói para nos livrar dos bandidos, colocando-os na cadeia. Com missão cumprida, passará a viver na luta pelo pão de cada dia e praticando o escrito (“crescei e multiplicai-vos”), sem precisar cumprir à risca a receita (camisinha não faz mal e não fere a regra), lembrando sempre que o mau odor do sovaco é decorrente do banho mal feito e do surgimento das bactérias. Síntese: precisamos tratar a sovaqueira instalada no País com água, sabão, bucha e xilindró.