Publicação: 17/02/2016 03:00
A classificação do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) não traz surpresas. Entre 64 países, ficamos em 58º lugar à frente apenas de Indonésia, Peru, Colômbia, Catar e Jordânia. Confirma-se, mais uma vez, o atraso do ensino nacional em relação às nações desenvolvidas e em desenvolvimento. Na sociedade do conhecimento, estar no final da fila do mundo tem custo alto.
Significa condenar o país ao retrocesso, incapaz de competir com os players internacionais. O fracasso não se observa só nos exames externos. Vem-se repetindo também nos testes internos. Nossos estudantes não aprendem. A razão: com a universalização do acesso à escola, abrimos as portas das instituições de ensino, mas sonegamos o conhecimento.
Vislumbra-se, agora, oportunidade de mudar o enredo. Trata-se da Base Nacional Comum Curricular (BNC). Previsto pelo Plano Nacional de Educação, o texto se destina a orientar a formação de professores, a elaboração de currículos e a criação de livros didáticos. Como o nome mostra, constitui a base — o alicerce sobre o qual se erguerá o saber nacional.
A primeira versão, porém, apresentada em setembro de 2015 para consulta pública, frustra as expectativas. Especialistas apontam falhas que exigem correção de 180 graus. Há omissões. Valem dois exemplos. No tocante à história, existem lacunas graves no conteúdo do mundo antigo. No de língua portuguesa, a gramática é objeto raro como a Lua cheia no Natal. Só se fala no assunto nas três séries iniciais. Até o terceiro ano, estudam-se as letras, as sílabas e a tonicidade das palavras. Daí para a frente, não se fala no tema. Mais: faltam parâmetros para a evolução da leitura e da escrita.
É lamentável que o MEC tenha submetido à população documento tão inconsistente. Não se deve ao acaso, assim, ter recebido mais de 10 milhões de sugestões. A quantidade é problema, não solução. Avaliar tantas contribuições exige equipe qualificada e tempo. O prazo para entrega do novo texto é junho. São pouco mais de três meses para efetuar trabalho hercúleo, que impõe conhecimento especializado, senso crítico e sintonia com a contemporaneidade. Espera-se que não se apele para a improvisação e o jeitinho, práticas incompatíveis com o planejamento. Da educação depende o salto qualitativo por que o Brasil tanto anseia.
Significa condenar o país ao retrocesso, incapaz de competir com os players internacionais. O fracasso não se observa só nos exames externos. Vem-se repetindo também nos testes internos. Nossos estudantes não aprendem. A razão: com a universalização do acesso à escola, abrimos as portas das instituições de ensino, mas sonegamos o conhecimento.
Vislumbra-se, agora, oportunidade de mudar o enredo. Trata-se da Base Nacional Comum Curricular (BNC). Previsto pelo Plano Nacional de Educação, o texto se destina a orientar a formação de professores, a elaboração de currículos e a criação de livros didáticos. Como o nome mostra, constitui a base — o alicerce sobre o qual se erguerá o saber nacional.
A primeira versão, porém, apresentada em setembro de 2015 para consulta pública, frustra as expectativas. Especialistas apontam falhas que exigem correção de 180 graus. Há omissões. Valem dois exemplos. No tocante à história, existem lacunas graves no conteúdo do mundo antigo. No de língua portuguesa, a gramática é objeto raro como a Lua cheia no Natal. Só se fala no assunto nas três séries iniciais. Até o terceiro ano, estudam-se as letras, as sílabas e a tonicidade das palavras. Daí para a frente, não se fala no tema. Mais: faltam parâmetros para a evolução da leitura e da escrita.
É lamentável que o MEC tenha submetido à população documento tão inconsistente. Não se deve ao acaso, assim, ter recebido mais de 10 milhões de sugestões. A quantidade é problema, não solução. Avaliar tantas contribuições exige equipe qualificada e tempo. O prazo para entrega do novo texto é junho. São pouco mais de três meses para efetuar trabalho hercúleo, que impõe conhecimento especializado, senso crítico e sintonia com a contemporaneidade. Espera-se que não se apele para a improvisação e o jeitinho, práticas incompatíveis com o planejamento. Da educação depende o salto qualitativo por que o Brasil tanto anseia.