Fernando Coelho de Vasconcellos
Ex-presidente da OAB/PE e coordenador geral da Comissão Estadual da Memória e Verdade dom Helder Camara
Publicação: 24/09/2016 03:00
Ainda repercutindo o lançamento, na França, do Volume IV dos Cadernos da Memória e Verdade (Prix Nobel de La paix. L'imolication de La dictature militaire brésilienne contre La nomination de Dom Helder Camara, Toulouse, 2016, trad. E introd. De José de Broucker e Gérard Panthier), a Comissão da Memória e Verdade Dom Helder Camara, vem entregar ao público, em cerimônia realizada no Palácio do Governo de Pernambuco, o volume V dos Cadernos (Ibad. Interferência do Capital Estrangeiro nas Eleições do Brasil). A publicação, de indiscutível atualidade, entre outros documentos da investigação procedida pouco antes do golpe de 1964 na Câmara dos Deputados, reúne o depoimento do então governador Miguel Arraes e o relatório apresentado à época pelo deputado Pedro Aleixo (mais tarde vice-presidente da República), no governo do General Costa e Silva. Pela primeira vez divulgados na íntegra e em conjunto.
Por envolver figuras exponenciais do mundo político e comprovar a interferência do capital estrangeiro, público e privado, nas eleições brasileiras, a chamada CPI do Ibad - já na fase final mas antes de sua apreciação pelo Plenário - foi engavetada pelo então presidente da Câmara dos Deputados, Rannieri Mazzilli - logo, em seguida, recompensado pelo golpe de 1964 com a investidura na Presidência da República. Depostos o presidente João Goulart e o governador Miguel Arraes e cassados os mandatos dos deputados que mais se haviam destacado na investigação, os autos da CPI permaneceram, desde então, trancados a sete chaves no gabinete do presidente da Câmara- impedida sua consulta até aos parlamentares, conforme pude constatar, pessoalmente, e ter indeferido requerimento formalizado com esse objetivo, quando exercia o mandato de deputado federal por Pernambuco, ainda em plena ditadura.
Liberados, agora, pela Câmara dos Deputados, os 17 volumes da CPI - com o empenho dos deputados Pedro Eugênio e Luiza Erundina- a reunião e publicação de suas peças principais aclaram definitivamente o que ocorreu em 1964. À vista da documentação agora divulgada, já será impossível a qualquer historiador ou analista político dissociar o fim dado à CPI do Ibad pelo então presidente da Câmara dos Deputados, a deposição de João Goulart e a investidura de Rannieri Mazzilli na Presidência da República. Inaugurando a mais longa ditadura já havida no país. Como vem de salientar matéria de capa da revista Brasileiros, publicada em São Paulo.
Por envolver figuras exponenciais do mundo político e comprovar a interferência do capital estrangeiro, público e privado, nas eleições brasileiras, a chamada CPI do Ibad - já na fase final mas antes de sua apreciação pelo Plenário - foi engavetada pelo então presidente da Câmara dos Deputados, Rannieri Mazzilli - logo, em seguida, recompensado pelo golpe de 1964 com a investidura na Presidência da República. Depostos o presidente João Goulart e o governador Miguel Arraes e cassados os mandatos dos deputados que mais se haviam destacado na investigação, os autos da CPI permaneceram, desde então, trancados a sete chaves no gabinete do presidente da Câmara- impedida sua consulta até aos parlamentares, conforme pude constatar, pessoalmente, e ter indeferido requerimento formalizado com esse objetivo, quando exercia o mandato de deputado federal por Pernambuco, ainda em plena ditadura.
Liberados, agora, pela Câmara dos Deputados, os 17 volumes da CPI - com o empenho dos deputados Pedro Eugênio e Luiza Erundina- a reunião e publicação de suas peças principais aclaram definitivamente o que ocorreu em 1964. À vista da documentação agora divulgada, já será impossível a qualquer historiador ou analista político dissociar o fim dado à CPI do Ibad pelo então presidente da Câmara dos Deputados, a deposição de João Goulart e a investidura de Rannieri Mazzilli na Presidência da República. Inaugurando a mais longa ditadura já havida no país. Como vem de salientar matéria de capa da revista Brasileiros, publicada em São Paulo.