Samuel Albuquerque
Historiador, Professor da Universidade Federal de Sergipe e sócio do IAHGPE
Publicação: 26/11/2024 03:00
Nos dois primeiros artigos desta série, tratávamos da viagem que fiz ao município de Pedro Alexandre (Bahia), em meados de abril de 2017, na malograda tentativa de encontrar a Serra da Vaca, local onde fora capturado e morto o bandoleiro alagoano José Caetano de Morais, nos idos de 1851. Retomemos a prosa.
Os dias que se seguiram àquela viagem foram plenos em angústia. Não topara com a Serra da Vaca, como havia desejado. Tornei, então, às minhas notas de pesquisa, tentando garimpar algum indício negligenciado. Fui, assim, instado a ler o artigo “Os Morais: subsídios para sua história”, do escritor Tobias Medeiros, publicado em 1985, na “Revista do Instituto Histórico Geográfico de Alagoas”.
No acervo do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, que à época era por mim presidido, localizei o referido trabalho, no volume 39 da Revista do IHGAL, volume referente ao ano de 1984, e que fora publicado em 1985.
Tobias Medeiros, que colhera dados importantes sobre os irmãos Morais na tradição oral de Poço das Trincheiras, no sertão do Ipanema, em Alagoas, dizia-me com segurança que “[...] o último dos Morais foi assassinado por um senhor chamado Apolinário, perto do Rio São Francisco”. Dizia-me, ainda, que a Serra da Vaca ficava em Sergipe (MEDEIROS, Tobias. Os Morais: subsídios para sua história. “Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas”. Maceió: IHGAL, vol. 39/1984, p. 139-146, 1985).
Ulysses Lins de Albuquerque, em “Um sertanejo e o sertão”, de 1957, ao registrar memórias familiares relacionadas ao seu bisavô materno Antônio de Siqueira, parente distante do coronel Apolinário Florentino de Albuquerque Maranhão e chefe político de Alagoa de Baixo (Sertânia), então distrito do município de Cimbres, também dizia-me que o lugar da agonia final do Morais teria sido em Sergipe (ALBUQUERQUE, Ulysses Lins de. “Um sertanejo e o sertão”: memórias. Rio de Janeiro: José Olympio, 1957. p. 113). Havia, até então, dado pouco crédito à informação, considerando a confusa narrativa sobre os irmãos Morais, levada a cabo pelo memorialista. Mas, ante o malogro da pesquisa de campo em Cipó de Leite, não podia me dar ao luxo de desprezar outras pistas, por menos críveis que fossem.
Lancei, então, no grande oráculo dos nossos tempos, o Google, as palavras-chaves “Serra da Vaca”, “Rio São Francisco” e “Sergipe”. Eis uma boa surpresa. Os resultados da busca me encaminharam à Plataforma Lattes, no site do CNPq, onde localizei referência ao trabalho de conclusão de curso “Aspectos geológicos, petrográficos e geoquímicos do Stock Serra da Vaca, Sistema Orogênico Sergipano”, de Douglas Barreto de Oliveira, apresentado em 2016, no curso de graduação em Geologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Correspondi-me com a orientadora do trabalho, a professora Maria de Lourdes da Silva Rosa, minha colega de UFS. Em princípios de maio, ela forneceu o mapa com a localização precisa da referida serra, que, não muito distante de Pedro Alexandre, fica ao sul do município vizinho de Canindé do São Francisco, noroeste de Sergipe, nas cercanias do Povoado Capim Grosso, mais precisamente. Mas deixemos para adiante os resultados dessa boa-nova.
Os dias que se seguiram àquela viagem foram plenos em angústia. Não topara com a Serra da Vaca, como havia desejado. Tornei, então, às minhas notas de pesquisa, tentando garimpar algum indício negligenciado. Fui, assim, instado a ler o artigo “Os Morais: subsídios para sua história”, do escritor Tobias Medeiros, publicado em 1985, na “Revista do Instituto Histórico Geográfico de Alagoas”.
No acervo do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, que à época era por mim presidido, localizei o referido trabalho, no volume 39 da Revista do IHGAL, volume referente ao ano de 1984, e que fora publicado em 1985.
Tobias Medeiros, que colhera dados importantes sobre os irmãos Morais na tradição oral de Poço das Trincheiras, no sertão do Ipanema, em Alagoas, dizia-me com segurança que “[...] o último dos Morais foi assassinado por um senhor chamado Apolinário, perto do Rio São Francisco”. Dizia-me, ainda, que a Serra da Vaca ficava em Sergipe (MEDEIROS, Tobias. Os Morais: subsídios para sua história. “Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas”. Maceió: IHGAL, vol. 39/1984, p. 139-146, 1985).
Ulysses Lins de Albuquerque, em “Um sertanejo e o sertão”, de 1957, ao registrar memórias familiares relacionadas ao seu bisavô materno Antônio de Siqueira, parente distante do coronel Apolinário Florentino de Albuquerque Maranhão e chefe político de Alagoa de Baixo (Sertânia), então distrito do município de Cimbres, também dizia-me que o lugar da agonia final do Morais teria sido em Sergipe (ALBUQUERQUE, Ulysses Lins de. “Um sertanejo e o sertão”: memórias. Rio de Janeiro: José Olympio, 1957. p. 113). Havia, até então, dado pouco crédito à informação, considerando a confusa narrativa sobre os irmãos Morais, levada a cabo pelo memorialista. Mas, ante o malogro da pesquisa de campo em Cipó de Leite, não podia me dar ao luxo de desprezar outras pistas, por menos críveis que fossem.
Lancei, então, no grande oráculo dos nossos tempos, o Google, as palavras-chaves “Serra da Vaca”, “Rio São Francisco” e “Sergipe”. Eis uma boa surpresa. Os resultados da busca me encaminharam à Plataforma Lattes, no site do CNPq, onde localizei referência ao trabalho de conclusão de curso “Aspectos geológicos, petrográficos e geoquímicos do Stock Serra da Vaca, Sistema Orogênico Sergipano”, de Douglas Barreto de Oliveira, apresentado em 2016, no curso de graduação em Geologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Correspondi-me com a orientadora do trabalho, a professora Maria de Lourdes da Silva Rosa, minha colega de UFS. Em princípios de maio, ela forneceu o mapa com a localização precisa da referida serra, que, não muito distante de Pedro Alexandre, fica ao sul do município vizinho de Canindé do São Francisco, noroeste de Sergipe, nas cercanias do Povoado Capim Grosso, mais precisamente. Mas deixemos para adiante os resultados dessa boa-nova.