Aldo Paes Barreto
Jornalista
Publicação: 27/12/2024 03:00
O extermínio do povo palestino na Faixa de Gaza e a condenação das principais entidades mundiais, com destaque para o mais recente discurso do papa Francisco, definem a situação: o Estado de Israel comete crime de genocídio e os fatos confirmam. Não sou antissemita, sou pacifista e procuro ser humanista. Tenho admiração pelo povo judeu e por toda valiosa contribuição à humanidade.
Não há a menor dúvida que os atentados terroristas sofridos por Israel são e foram criminosos, inaceitáveis e explicam a pronta reação da nação agredida. Não há régua para mediar essas atrocidades, mas a maneira como Israel está agindo na Faixa de Gaza, contra tudo e todos nivelam o Estado de Israel aos mais atrozes episódios da História, incluindo o Holocausto.
Extermínios semelhantes ao que aconteceram na América do Sul, contra as nações asteca, maia, inca, praticadas pelos europeus. As matanças dos índios brasileiros, dos nativos norte-americanos; o massacre armênio durante a I Guerra Mundial – que popularizou o termo “genocídio” - e a multicentenária exploração dos povos africanos submetidos às maiores crueldades da escravidão, pelos “civilizados” europeus.
Não há qualquer atenuante para as matanças perpetradas pelos nazifascistas contra os judeus, comunistas, ciganos, homossexuais. Ignomínias que só cresceram durante o domínio nazifascista, prolongado diante da omissão da grande maioria dos governantes e da opinião pública. O então Papa Pio XII, como todos signatários da Igreja Católica, sabia das atrocidades. E se não apoiou, como afirmam respeitados historiadores, foi conivente.
Há exatamente um século, em 1924, Hitler passou na prisão escrevendo o infame Minha Luta. No livro, a bíblia do nazifascismo, estava escrita a teoria racial, o ódio dele aos judeus e a decisão de exterminá-los. Estava lá, página por página. O jornalista norte-americano Peter Hoss Range pesquisou, contabilizou e escreveu no livro – 1924, o ano que criou Hitler: “Pelo menos seiscentas linhas ou seções do livro registravam ódio aos judeus e a ameaça de exterminá-los”, registrou.
Ainda assim, foram poucas as vozes que se levantaram contra o psicopata nazista. Os principais governantes do mundo embora tivessem informações dos respetivos serviços diplomáticos, calaram-se; quem pôde fugiu, fez que não viu ou foi cuidar dos seus negócios. Ali perto, o papa Pio XII, não deu um pio. O historiador britânico John Cornwell no seu livro O papa de Hitler descreve o sumo pontífice, com provas e documentos, como “antissemita”. “Ele foi um peão de Hitler” - escreveu.
Quando, em janeiro de 1933. Hitler chegou ao poder (Ascensão e queda do Terceiro Reich, de William L. Shirer, é ótima fonte), as agressões aos judeus já era eram diárias. Em 1938, aconteceu a Noite dos Cristais que causou a morte de 30 mil judeus, no início mais agudo dos ataques ao povo hebreu. O mundo ficou calado. Somente em 1940, quando Churchill assumiu o comando da Inglaterra, é que uma nação enfrentou o perigoso lunático. Com coragem, sacrifício, determinação.
A guerra contra o nazifascimo foi parcialmente vencida. A paz não foi plenamente atingida. É preciso continuar a luta: “A paz é a única batalha que vale a pena travar”, receitou Albert Camus. Todas as pessoas de bem devem buscar a paz. Na Ucrânia, em Gaza, na permanente luta contra a pobreza. Um novo ano sempre traz a esperança da Paz universal. Mas, a realidade é outra e as guerras continuam. Para o novo governo norte-americano, uma nova guerra está logo ali, na esquina. A guerra contra os emigrantes.
Não há a menor dúvida que os atentados terroristas sofridos por Israel são e foram criminosos, inaceitáveis e explicam a pronta reação da nação agredida. Não há régua para mediar essas atrocidades, mas a maneira como Israel está agindo na Faixa de Gaza, contra tudo e todos nivelam o Estado de Israel aos mais atrozes episódios da História, incluindo o Holocausto.
Extermínios semelhantes ao que aconteceram na América do Sul, contra as nações asteca, maia, inca, praticadas pelos europeus. As matanças dos índios brasileiros, dos nativos norte-americanos; o massacre armênio durante a I Guerra Mundial – que popularizou o termo “genocídio” - e a multicentenária exploração dos povos africanos submetidos às maiores crueldades da escravidão, pelos “civilizados” europeus.
Não há qualquer atenuante para as matanças perpetradas pelos nazifascistas contra os judeus, comunistas, ciganos, homossexuais. Ignomínias que só cresceram durante o domínio nazifascista, prolongado diante da omissão da grande maioria dos governantes e da opinião pública. O então Papa Pio XII, como todos signatários da Igreja Católica, sabia das atrocidades. E se não apoiou, como afirmam respeitados historiadores, foi conivente.
Há exatamente um século, em 1924, Hitler passou na prisão escrevendo o infame Minha Luta. No livro, a bíblia do nazifascismo, estava escrita a teoria racial, o ódio dele aos judeus e a decisão de exterminá-los. Estava lá, página por página. O jornalista norte-americano Peter Hoss Range pesquisou, contabilizou e escreveu no livro – 1924, o ano que criou Hitler: “Pelo menos seiscentas linhas ou seções do livro registravam ódio aos judeus e a ameaça de exterminá-los”, registrou.
Ainda assim, foram poucas as vozes que se levantaram contra o psicopata nazista. Os principais governantes do mundo embora tivessem informações dos respetivos serviços diplomáticos, calaram-se; quem pôde fugiu, fez que não viu ou foi cuidar dos seus negócios. Ali perto, o papa Pio XII, não deu um pio. O historiador britânico John Cornwell no seu livro O papa de Hitler descreve o sumo pontífice, com provas e documentos, como “antissemita”. “Ele foi um peão de Hitler” - escreveu.
Quando, em janeiro de 1933. Hitler chegou ao poder (Ascensão e queda do Terceiro Reich, de William L. Shirer, é ótima fonte), as agressões aos judeus já era eram diárias. Em 1938, aconteceu a Noite dos Cristais que causou a morte de 30 mil judeus, no início mais agudo dos ataques ao povo hebreu. O mundo ficou calado. Somente em 1940, quando Churchill assumiu o comando da Inglaterra, é que uma nação enfrentou o perigoso lunático. Com coragem, sacrifício, determinação.
A guerra contra o nazifascimo foi parcialmente vencida. A paz não foi plenamente atingida. É preciso continuar a luta: “A paz é a única batalha que vale a pena travar”, receitou Albert Camus. Todas as pessoas de bem devem buscar a paz. Na Ucrânia, em Gaza, na permanente luta contra a pobreza. Um novo ano sempre traz a esperança da Paz universal. Mas, a realidade é outra e as guerras continuam. Para o novo governo norte-americano, uma nova guerra está logo ali, na esquina. A guerra contra os emigrantes.