Mário Rino
Cirurgião oncológico, doutor em Oncologia e coordenador do Programa de Cirurgia Robótica do RHP
Publicação: 06/01/2025 03:00
Em um mundo onde a tecnologia avança exponencialmente e os dados se tornam o “novo petróleo”, uma questão central emerge no campo da saúde: de quem são, afinal, os dados de saúde? Hoje, essas informações estão fragmentadas, espalhadas entre hospitais, clínicas, postos de saúde, consultórios médicos e laboratórios. Porém, uma coisa é certa: elas não estão consolidadas nas mãos de quem realmente importa — os próprios pacientes.
A fragmentação dos dados de saúde não é apenas um problema técnico, mas também ético e prático. Os pacientes, os verdadeiros donos desses dados, enfrentam desafios ao tentar acessar informações que poderiam ajudá-los a entender melhor sua própria saúde e tomar decisões informadas. Exames realizados em um hospital não estão disponíveis para outro médico de uma rede diferente; diagnósticos feitos em um consultório privado não dialogam com sistemas públicos. O resultado? Desperdício de recursos, atrasos no tratamento e, muitas vezes, um cuidado desarticulado.
A pergunta que devemos nos fazer é: será que já dispomos de tecnologia para consolidar essas informações e entregá-las nas mãos dos pacientes? A resposta é sim. Ferramentas como aplicativos de saúde, carteiras digitais e plataformas baseadas em blockchain oferecem soluções para centralizar dados, garantir segurança e permitir que os próprios pacientes decidam com quem compartilhar essas informações. Mais do que viável, a consolidação dos dados é uma necessidade urgente.
No entanto, essa mudança não acontece sem resistência. Dados de saúde são valiosos, não apenas para o cuidado do paciente, mas também para interesses econômicos. Indústrias, empresas de tecnologia, seguradoras e instituições de saúde lucram com a fragmentação, que dificulta a concorrência e mantém o controle longe do paciente. Consolidar dados significa redistribuir poder — e nem todos os atores do setor estão prontos para abrir mão desse controle.
Além disso, surge a questão da autonomia do paciente. Será que todos estão preparados para gerenciar seus próprios dados e tomar decisões sobre com quem compartilhá-los? A resposta não é simples, mas a solução começa com educação em saúde digital, capacitando indivíduos a compreender o valor e o impacto de seus dados.
O momento exige coragem para enfrentar essas questões. A transparência, a centralização dos dados nas mãos dos pacientes e o respeito à privacidade são pilares de um sistema de saúde mais eficiente e justo. É hora de repensar as estruturas que priorizam interesses econômicos e colocar o paciente no centro, não apenas como objeto de cuidado, mas como agente ativo de sua própria jornada de saúde.
Os dados de saúde pertencem aos pacientes. E é nosso dever, enquanto sociedade, garantir que eles tenham acesso, autonomia e o poder de decidir sobre essas informações que, em última análise, dizem respeito à sua vida.
A fragmentação dos dados de saúde não é apenas um problema técnico, mas também ético e prático. Os pacientes, os verdadeiros donos desses dados, enfrentam desafios ao tentar acessar informações que poderiam ajudá-los a entender melhor sua própria saúde e tomar decisões informadas. Exames realizados em um hospital não estão disponíveis para outro médico de uma rede diferente; diagnósticos feitos em um consultório privado não dialogam com sistemas públicos. O resultado? Desperdício de recursos, atrasos no tratamento e, muitas vezes, um cuidado desarticulado.
A pergunta que devemos nos fazer é: será que já dispomos de tecnologia para consolidar essas informações e entregá-las nas mãos dos pacientes? A resposta é sim. Ferramentas como aplicativos de saúde, carteiras digitais e plataformas baseadas em blockchain oferecem soluções para centralizar dados, garantir segurança e permitir que os próprios pacientes decidam com quem compartilhar essas informações. Mais do que viável, a consolidação dos dados é uma necessidade urgente.
No entanto, essa mudança não acontece sem resistência. Dados de saúde são valiosos, não apenas para o cuidado do paciente, mas também para interesses econômicos. Indústrias, empresas de tecnologia, seguradoras e instituições de saúde lucram com a fragmentação, que dificulta a concorrência e mantém o controle longe do paciente. Consolidar dados significa redistribuir poder — e nem todos os atores do setor estão prontos para abrir mão desse controle.
Além disso, surge a questão da autonomia do paciente. Será que todos estão preparados para gerenciar seus próprios dados e tomar decisões sobre com quem compartilhá-los? A resposta não é simples, mas a solução começa com educação em saúde digital, capacitando indivíduos a compreender o valor e o impacto de seus dados.
O momento exige coragem para enfrentar essas questões. A transparência, a centralização dos dados nas mãos dos pacientes e o respeito à privacidade são pilares de um sistema de saúde mais eficiente e justo. É hora de repensar as estruturas que priorizam interesses econômicos e colocar o paciente no centro, não apenas como objeto de cuidado, mas como agente ativo de sua própria jornada de saúde.
Os dados de saúde pertencem aos pacientes. E é nosso dever, enquanto sociedade, garantir que eles tenham acesso, autonomia e o poder de decidir sobre essas informações que, em última análise, dizem respeito à sua vida.