Carlos Andrade Lima
Advogado e secretário de Desenvolvimento Econômico do Recife
Publicação: 14/05/2025 03:00
Além de sua centenária riqueza cultural e das reconhecidas belezas naturais, Recife tem se consolidado, nacional e internacionalmente, como capital da tecnologia e da inovação.
A história mostra que as diferentes respostas que as nações deram às inovações acabaram por determinar, em grande medida, seu destino, moldando seu desenvolvimento econômico e social. Em outras palavras, a forma com que reagiram aos avanços tecnológicos ditaram se definhariam na pobreza ou se atingiriam um crescimento econômico sustentável e perene.
Tomemos como exemplo a Revolução Industrial ocorrida na segunda metade do Século 18. A Inglaterra, berço da revolução, abraçou a novidade com agilidade e pragmatismo. O resultado disso foi uma nação próspera e uma das economias mais fortes, industriais e pujantes nos séculos 19 e 20.
Por outro lado, alguns países (notadamente aqueles do leste europeu), resistiram àquela novidade, o que resultou em atraso no desenvolvimento econômico e social, bem como ciclos prolongados de estagnação, cujos reflexos se veem até hoje, quase 200 anos depois.
Os mesmos reflexos também estiveram presentes na educação.
A invenção da prensa tipográfica, no final do século 15, marcou uma das maiores revoluções intelectuais da história ocidental. Na Europa, a novidade, aceita de pronto, se espalhou com rapidez por universidades, monastérios e centros urbanos. O resultado foi profundo: no século 18, uma parcela significativa da população europeia já dominava a leitura e a escrita, consolidando uma cultura de letramento e acesso ao conhecimento sem precedentes.
Contrastando com esse panorama, no mesmo período em que a prensa era celebrada na Europa, sua utilização foi rigidamente restringida no mundo muçulmano. Sob a justificativa de preservar os textos sagrados e proteger os escribas, as autoridades proibiram o uso da imprensa tipográfica em árabe por quase trezentos anos. Esse veto teve consequências duradouras: enquanto o Iluminismo florescia na Europa, apenas cerca de 3% da população otomana, por exemplo, era alfabetizada no século 18.
Pois bem, até onde se sabe, nenhum gestor público é dotado do dom da premonição, erros são naturais (afinal de contas é o erro que atesta a condição humana). O que não se pode admitir é o temer ou adiar o novo.
Li certa vez que a única diferença entre os fatos pretéritos e os fatos futuros é que naqueles primeiros nós já sabemos os resultados, enquanto os resultados dos fatos futuros estão em construção agora, nesse momento.
O tempo é exatamente de construir os resultados desses fatos futuros.
Só que esse tempo não pode ser o “quando”, lírico, lúdico e poético cantado por Vinicius de Moraes. O tempo urge, o tempo é ontem.
Nesse cenário, Recife vem se destacando como um centro de excelência nacional, cada vez mais conhecida e reconhecida como capital da inovação brasileira, se inspirando tanto no Vale do Silício (berço da revolução tecnológica) quanto em Berlim (epicentro das startups na Europa).
Essa característica está presente por conta da junção de uma série de fatores que juntos criam as condições perfeitas e estimulam o afloramento de ideias disruptivas, uma espécie de tempestade perfeita da tecnologia.
O Porto Digital, coração desse ecossistema, já conta com quase 500 empresas de ponta, startups e centros de pesquisa, reunindo mais de 21 mil colaboradores, inspirando até a abertura de uma “filial” no além-mar, o Porto Digital Europa na cidade de Aveiro em Portugal.
Recife também é a capital com mais alunos em Tecnologia da Informação per capta do país, graças ao programa Embarque Digital, projeto que já atendeu a mais de 2 mil alunos e cuja segunda fase acaba de ser aberta com 2 mil novas vagas.
Outro exemplo é o Conecta Recife, programa da prefeitura que oferece internet gratuita em vários pontos da cidade e ainda centraliza os principais serviços municipais em um só portal.
Interessante ainda é a forma eleita para servir de interlocução entre o poder publico e a população, o whatsapp, tornando a prefeitura do Recife a que mais utiliza esse aplicativo para dialogar com os cidadãos em todo o mundo!
Projetos como o Salto Tecnológico, que oferece capacitação e consultoria para impulsionar o desenvolvimento digital de micro e pequenas empresas ou o Gestor que oferece software de gestão de forma gratuita também para pequenas e micro empresas corroboram com esse DNA da cidade para a inovação.
E essa conjunção de fatores cria um ciclo virtuoso: inovação gera oportunidades, que por sua vez alimentam mais inovação – com impactos positivos econômicos e sociais.
Em um mundo onde as cidades que souberem integrar inovação e tecnologia serão as que definirão as novas regras da economia, Recife tem bem aproveitado a oportunidade única de ser protagonista dessa revolução, consolidando-se como uma referência internacional de inovação e desenvolvimento econômico.
Como bem disse um dia o romancista inglês Lord Byron, “o melhor profeta do futuro é o passado”.
Bem-vindo, futuro. O Recife está pronto!
A história mostra que as diferentes respostas que as nações deram às inovações acabaram por determinar, em grande medida, seu destino, moldando seu desenvolvimento econômico e social. Em outras palavras, a forma com que reagiram aos avanços tecnológicos ditaram se definhariam na pobreza ou se atingiriam um crescimento econômico sustentável e perene.
Tomemos como exemplo a Revolução Industrial ocorrida na segunda metade do Século 18. A Inglaterra, berço da revolução, abraçou a novidade com agilidade e pragmatismo. O resultado disso foi uma nação próspera e uma das economias mais fortes, industriais e pujantes nos séculos 19 e 20.
Por outro lado, alguns países (notadamente aqueles do leste europeu), resistiram àquela novidade, o que resultou em atraso no desenvolvimento econômico e social, bem como ciclos prolongados de estagnação, cujos reflexos se veem até hoje, quase 200 anos depois.
Os mesmos reflexos também estiveram presentes na educação.
A invenção da prensa tipográfica, no final do século 15, marcou uma das maiores revoluções intelectuais da história ocidental. Na Europa, a novidade, aceita de pronto, se espalhou com rapidez por universidades, monastérios e centros urbanos. O resultado foi profundo: no século 18, uma parcela significativa da população europeia já dominava a leitura e a escrita, consolidando uma cultura de letramento e acesso ao conhecimento sem precedentes.
Contrastando com esse panorama, no mesmo período em que a prensa era celebrada na Europa, sua utilização foi rigidamente restringida no mundo muçulmano. Sob a justificativa de preservar os textos sagrados e proteger os escribas, as autoridades proibiram o uso da imprensa tipográfica em árabe por quase trezentos anos. Esse veto teve consequências duradouras: enquanto o Iluminismo florescia na Europa, apenas cerca de 3% da população otomana, por exemplo, era alfabetizada no século 18.
Pois bem, até onde se sabe, nenhum gestor público é dotado do dom da premonição, erros são naturais (afinal de contas é o erro que atesta a condição humana). O que não se pode admitir é o temer ou adiar o novo.
Li certa vez que a única diferença entre os fatos pretéritos e os fatos futuros é que naqueles primeiros nós já sabemos os resultados, enquanto os resultados dos fatos futuros estão em construção agora, nesse momento.
O tempo é exatamente de construir os resultados desses fatos futuros.
Só que esse tempo não pode ser o “quando”, lírico, lúdico e poético cantado por Vinicius de Moraes. O tempo urge, o tempo é ontem.
Nesse cenário, Recife vem se destacando como um centro de excelência nacional, cada vez mais conhecida e reconhecida como capital da inovação brasileira, se inspirando tanto no Vale do Silício (berço da revolução tecnológica) quanto em Berlim (epicentro das startups na Europa).
Essa característica está presente por conta da junção de uma série de fatores que juntos criam as condições perfeitas e estimulam o afloramento de ideias disruptivas, uma espécie de tempestade perfeita da tecnologia.
O Porto Digital, coração desse ecossistema, já conta com quase 500 empresas de ponta, startups e centros de pesquisa, reunindo mais de 21 mil colaboradores, inspirando até a abertura de uma “filial” no além-mar, o Porto Digital Europa na cidade de Aveiro em Portugal.
Recife também é a capital com mais alunos em Tecnologia da Informação per capta do país, graças ao programa Embarque Digital, projeto que já atendeu a mais de 2 mil alunos e cuja segunda fase acaba de ser aberta com 2 mil novas vagas.
Outro exemplo é o Conecta Recife, programa da prefeitura que oferece internet gratuita em vários pontos da cidade e ainda centraliza os principais serviços municipais em um só portal.
Interessante ainda é a forma eleita para servir de interlocução entre o poder publico e a população, o whatsapp, tornando a prefeitura do Recife a que mais utiliza esse aplicativo para dialogar com os cidadãos em todo o mundo!
Projetos como o Salto Tecnológico, que oferece capacitação e consultoria para impulsionar o desenvolvimento digital de micro e pequenas empresas ou o Gestor que oferece software de gestão de forma gratuita também para pequenas e micro empresas corroboram com esse DNA da cidade para a inovação.
E essa conjunção de fatores cria um ciclo virtuoso: inovação gera oportunidades, que por sua vez alimentam mais inovação – com impactos positivos econômicos e sociais.
Em um mundo onde as cidades que souberem integrar inovação e tecnologia serão as que definirão as novas regras da economia, Recife tem bem aproveitado a oportunidade única de ser protagonista dessa revolução, consolidando-se como uma referência internacional de inovação e desenvolvimento econômico.
Como bem disse um dia o romancista inglês Lord Byron, “o melhor profeta do futuro é o passado”.
Bem-vindo, futuro. O Recife está pronto!