Alexandre Rands Barros
Economista
Publicação: 21/06/2025 03:00
Os deputados do Centrão (PP, PL, União Brasil, PR, PMDB e mesmo PSD, além de outros partidos da mesma linha política) têm argumentado que não aceitam aumento de impostos para cobrir o déficit do orçamento da União. Argumentam que o povo já gasta muito para sustentar o setor público. Isso é bem verdade. Entre os países de renda média, o Brasil possui uma das maiores arrecadações tributárias do mundo. Contudo, esquecem de lembrar que nem todos os brasileiros possuem a mesma carga tributária. Se duas pessoas possuem rendas diferentes, o justo é que o de maior renda pague proporcionalmente mais impostos do que o mais pobre. Nesse contexto, se o de maior renda paga proporcionalmente menos, seria justo que a sua carga tributária se elevasse ou a do de menor renda tivesse uma redução. Como a segunda opção não é possível no momento, o mais razoável é aumentar a carga dos mais ricos. Foi isso que o governo federal propôs como solução para a crise fiscal do país. Propôs elevar o IOF em operações financeiras que são mais usadas pelos ricos e elevar o Imposto de Renda de algumas que também servem como aplicações financeiras dos mais ricos, as LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e as LCA (Letras de Crédito do Agronegócio). Com esse aumento de tributos, os não-ricos não vão pagar nada de imposto adicional, pois não utilizam essas aplicações. Mas os mais ricos realmente pagarão mais. Especialmente, aqueles que hoje pagam menos de 5% de sua renda como Imposto de Renda. O total a ser arrecadado deve ser próximo a R$ 30 bilhões, que serão utilizados para pagar Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada e aposentadorias, entre outras despesas.
Nessa semana, os deputados do mesmo Centrão derrubaram os vetos do presidente ao projeto de regulamentação da geração de energia eólica em alto-mar, mas que também inclui diversos “jabutis”, ou medidas estranhas ao projeto, como obrigatoriedade de compra de energia de eólicas instaladas no Sul, termelétricas em regiões sem infraestrutura, etc. Esses projetos juntos, devem onerar a conta de luz das residências e empresas em 5%. Uma família cujo gasto com energia seja, atualmente, de R$ 180,00 deverá pagar R$ 9,00 a mais. O aumento do custo total para as famílias e empresas deve ser de mais de R$ 35 bilhões por ano. Mais do que a tributação extra nas LCIs, LCAs e outras aplicações financeiras. Vale salientar que, nesse caso, não há dinheiro gerado para nada. Apenas a produtividade da economia cai com a obrigatoriedade de comprar energia de fontes que geram maior custo.
Para qualquer pessoa, pagar R$ 30,00 de impostos ou de energia mais cara tem o mesmo impacto. Ela ficou efetivamente mais pobre nos dois casos e na mesma ordem de magnitude. Pois dinheiro é dinheiro. A diferença nesse caso é que no projeto de aumento de tributação do governo são os ricos que pagam mais. Nas perdas decorrentes dos vetos do Centrão, os mais pobres pagam uma proporção maior de sua renda nesse dreno de recursos das empresas e famílias para sustentar a ineficiência de algumas poucas empresas. Ou seja, o Centrão está sendo hipócrita quando diz que a população não aguenta gastar mais com impostos, mas acha que ela está feliz em gastar mais com subsídios a pequeno grupo de empresas ineficientes, que pegaram uma amizade forte com os deputados do Centrão.
Nessa semana, os deputados do mesmo Centrão derrubaram os vetos do presidente ao projeto de regulamentação da geração de energia eólica em alto-mar, mas que também inclui diversos “jabutis”, ou medidas estranhas ao projeto, como obrigatoriedade de compra de energia de eólicas instaladas no Sul, termelétricas em regiões sem infraestrutura, etc. Esses projetos juntos, devem onerar a conta de luz das residências e empresas em 5%. Uma família cujo gasto com energia seja, atualmente, de R$ 180,00 deverá pagar R$ 9,00 a mais. O aumento do custo total para as famílias e empresas deve ser de mais de R$ 35 bilhões por ano. Mais do que a tributação extra nas LCIs, LCAs e outras aplicações financeiras. Vale salientar que, nesse caso, não há dinheiro gerado para nada. Apenas a produtividade da economia cai com a obrigatoriedade de comprar energia de fontes que geram maior custo.
Para qualquer pessoa, pagar R$ 30,00 de impostos ou de energia mais cara tem o mesmo impacto. Ela ficou efetivamente mais pobre nos dois casos e na mesma ordem de magnitude. Pois dinheiro é dinheiro. A diferença nesse caso é que no projeto de aumento de tributação do governo são os ricos que pagam mais. Nas perdas decorrentes dos vetos do Centrão, os mais pobres pagam uma proporção maior de sua renda nesse dreno de recursos das empresas e famílias para sustentar a ineficiência de algumas poucas empresas. Ou seja, o Centrão está sendo hipócrita quando diz que a população não aguenta gastar mais com impostos, mas acha que ela está feliz em gastar mais com subsídios a pequeno grupo de empresas ineficientes, que pegaram uma amizade forte com os deputados do Centrão.