Josué Nogueira (interino)
jota.nogueira@dpnet.com.br
Publicação: 01/01/2013 03:00
De longe
Dois mil e doze se foi, a seca virou o ano firme e forte e a presidente Dilma Rousseff não veio ver de perto os estragos da estiagem que faz o sertanejo entrar menos esperançoso em 2013. Ao longo do segundo semestre do ano que se encerrou ontem, a visita chegou a ser anunciada por pelo menos três vezes por aliados da nossa gerente. Mas, de compromisso certo na agenda presidencial, só mesmo o rèveillon na beira-mar na Bahia. Aliás, em relação ao Nordeste, a presidente encerra 2012 com débito. A transposição das águas do São Francisco evapora em meio à burocracia e falta de planejamento. Já a Transnordestina tem o calendário fora dos trilhos por conta de uma queda de braço entre governo e a concessionária. Em ambos os casos, valores previstos inicialmente foram acrescidos de muitos outros bilhões. O cidadão, que banca os aditivos, continua aguardando o progresso propagado na época em que os empreendimentos foram anunciados. Tudo muito desestimulante para quem convive há séculos com a falta de estrutura e os prejuízos da falta de água. Mas, para a alegria de Dilma e do PT, o descompasso existente entre o discurso do governo e a realidade dos canteiro de obras não reflete na popularidade da gestora. A “mãe do PAC” segue agradando. E muito. E, se conseguir manter o nível de emprego, assegurará dinheiro no bolso do trabalhador e consequentemente não perderá pontos na escala de aprovação. Afinal, com o poder de consumo garantido poucos são os que se preocupam com atrasos, triplicação de gastos e falhas na execução de obras públicas. Não alterar as condições de temperatura e pressão do bolso do eleitor é, pois, o desafio maior da presidente no ano novo. Se conseguir, Dilma vai continuar vendo apenas de longe os flagelados da seca.
Tudo no “feice”
Julio Lóssio (PMDB), prefeito reeleito de Petrolina, inicia hoje o segundo mandato como um dos gestores mais antenados aos novos meios de interação com o cidadão. Ao longo do mês de dezembro, anunciou praticamente todo o secretariado pelo Facebook. Inclusive postando perfis e fotos de cada um dos auxiliares.
Nas ladeiras
Reeleito prefeito de Olinda, o comunista Renildo Calheiros promete sumir menos no segundo mandato. Diz que, no primeiro, gastou muito tempo em Brasília fazendo articulações políticas em busca de projetos para o município. Com os recursos assegurados, diz ele, a meta agora é passar mais tempo nas ruas da cidade-patrimônio.
Bolso nervoso
Durante a missa em ação de graças pela eleição de Geraldo Julio para Prefeitura do Recife, ontem na Igreja de Casa Forte, o padre Edwaldo Gomes causou ao anunciar a hora do ofertório. Mesmo sendo um ritual previsto para eventos do gênero, a movimentação foi grande entre os secretários e secretários-executivos escolhidos para a gestão que se inicia hoje. Alguns pareciam desprevenidos. Doaram bem menos do que pagam a qualquer flanelinha.
“Me erra”
Enquanto o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) diz colocar a mão do fogo pelo ex-presidente Lula (PT), em Pernambuco, o governador Eduardo Campos lava as mãos. Ao emitir opinião sobre a peregrinação que o PT promete fazer pelo país em defesa de Lula, disse: “sinceramente, não parei para pensar sobre isso”.
Quer distância
De malas prontas para embarcar no gigantesco bonde do PSB, o vice-governador João Lyra não trata mais sobre assunto algum relacionado ao partido do qual se despede, o PDT. Aos mais próximos diz não ter mais afinidade com a legenda. No estado, a sigla é presidida pelo prefeito reeleito de Caruaru, José Queiroz – seu desafeto.
Made in PSB
Novo prefeito de Paulista, Júnior Matuto (PSB) tentou montar equipe de monitoramento da gestão, como fez Geraldo Julio (PSB) no Recife. Porém, por questões financeiras, não conseguiu. De todo modo, respaldado pelo governador, que auxiliou na montagem do secretariado – indicou cinco nomes –, instalou um conselho que avaliará a administração. Os titulares de Planejamento, Administração, Finanças e Controladoria compõem grupo.