Além de Pernambuco, o ex-presidente Lula vai participar de atos de campanha na Bahia nesta semana para tentar fortalecer o elo com o Nordeste. Ele, em especial, está preocupado com o enfraquecimento de Dilma na região, onde o PT teve o maior suporte político na última década. A preocupação de Lula tem fundamento. No Nordeste, a candidata tem a seu favor o histórico de vida sofrido, no Acre, mesclado com a ênfase na “ providência divina”, como ela mesmo diz, que a livrou de viajar no mesmo avião de Eduardo Campos em 13 de agosto.

O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) disse ao Diario que a estratégia dessa reta final é deixar clara para a população a herança social do PT e mostrar que Marina não tem o mesmo jogo de cintura de Lula para fazer alianças que garantam a governabilidade. A ideia dos adversários é, inclusive, rotular a socialista como uma figura “desagregadora”, como uma pessoa que não conseguiu permanecer em dois partidos (PT e PV) e criou arestas no próprio PSB por não saber conviver com as diferenças.

O deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE) admitiu que o maior desafio neste momento da campanha tucana é vencer o desconhecimento de Aécio contra 100% de conhecimento das suas adversárias. Ele negou que o tom do PSDB fosse subir contra Marina, como demonstrou Aécio ao apontar as contradições da candidata e a tratar como inexperiente para o tamanho dos problemas do Brasil, que enfrenta agora uma “recessão técnica”.

Assessor especial de Marina, Sérgio Xavier disse que o lançamento do programa de governo do PSB mostrou como Marina está disposta a dialogar e assumir posições em temas polêmicos, como defender a união civil de casais homoafetivos e reforçar o atendimento às mulheres que, dentro da lei vigente, passem por um aborto. (A.M.)