Campos citado de novo

Publicação: 20/06/2015 03:00

Em novo depoimento à força-tarefa da Lava-Jato, o executivo da Camargo Corrêa e delator Dalton dos Santos Avancini afirmou que a empreiteira pagou R$ 8,7 milhões em propina para a campanha de Eduardo Campos (morto no ano passado em um acidente aéreo) ao governo de Pernambuco por meio de um contrato fictício do Consórcio CNCC, liderado pela Camargo Corrêa e do qual participou a Odebrecht, para as obras de terraplenagem da refinaria de Abreu e Lima, em Ipojuca (PE). É a primeira vez que o delator, que já admitiu R$ 110 milhões de propina a ex-diretores da estatal, cita repasse para a campanha de um político.

Avancini afirmou em seu depoimento prestado no dia 6 de maio deste ano que as empreiteiras do Consórcio - formado por Odebrecht, Camargo Corrêa, Galvão Engenharia e Queiroz Galvão - teriam pago propinas individualmente ao candidato ao governo do estado. “Eis que Camargo Corrêa veio pagar R$ 8,7 milhões a título de propina em favor da campanha de Eduardo Campos para o governo de Pernambuco por meio de um contrato fictício com Master Terraplenagem, junto ao Consórcio CNCC onde Camargo era líder poderia operacionalizar tais pagamentos sem ter de dar explicações”, afirmou o executivo.

O PSB informou em nota que todos os recursos que financiaram as campanhas de Eduardo Campos foram arrecadados legalmente. Inclusive, a conta referente a 2010 foi aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco.

Ontem, o TRF5 informou que foi negado recurso de consórcios responsáveis pela construção da Refinaria Abreu e Lima. Assim, os investigados serão julgados pelo juiz Sérgio Moro, no Paraná.