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Publicação: 21/06/2015 03:00

As possíveis mudanças de partido viraram assunto preferido nos corredores da Câmara. “Foi ótimo o surgimento dessa janela, vamos trazer você de volta”, gracejava o deputado Décio Lima (PT-SC) com um ex-petista. Nos bastidores, as apostas sobre partidos prejudicados e beneficiados variam conforme o líder partidário ouvido. “Eu acho que vai ter mais gente indo de cá (do lado esquerdo do Plenário, onde sentam-se os deputados do PT) para lá (para o lado direito, onde fica a oposição), que o contrário. No PT, foram 25 deputados votando sim. Com o governo desse jeito (com baixa aprovação), quem vota sim é porque quer mudar”, avaliou um líder.

Mesmo acuado pelo escândalo da Lava-Jato, o PP aposta que pode sair ganhando no troca-troca partidário. “Tem sete estados que a gente não tem nenhum deputado, e é onde há espaço para crescer. Se sair, deve ser dois ou três. Então, acho que o saldo tende a ser positivo”, disse o líder Eduardo da Fonte (PE). “Partido é como time de futebol, tem que refletir a opinião da pessoa. Não pode você torcer pro Vasco e jogar com a camisa do flamengo” comparou Eduardo da Fonte.

Defecções são esperadas no PP, principalmente entre deputados que se sentem mal com o “governismo” da legenda. É o caso de Odelmo Leão (MG), Missionário José Olímpio (SP) e Jair Bolsonaro (RJ). Jerônimo Goergen, que em março chegou a dizer que o PP “acabou”, também estuda sair do partido. Ele tem rusgas com o presidente da legenda, Ciro Nogueira (PI).