Durante encontro, magistrados puderam conhecer as demandas para os próximos 20 anos

A forma como as mudanças socioeconômicas e políticas vão impactar no Judiciário pernambucano foi um dos temas debatidos ontem, durante o segundo dia do 103° Encontro do Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça do país, que acontece até hoje no Hotel Sheraton Reserva do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho. Por meio de um estudo, elaborado pela consultoria TGI, os participantes puderam conhecer um pouco mais da atual realidade enfrentada pelo Tribunal de Justiça do estado (TJPE). Também foi traçado um cenário de demandas para os próximos 20 anos.

O estudo levou em consideração diversas variáveis, a exemplo da expansão do crédito, do tamanho da população, desempenho do PIB estadual, propagação da internet, entre outros. Houve uma projeção de como esses fatores vão impactar no aumento de processos para as áreas cível, criminal, fazendária e da criança e do adolescente. “Conforme observamos, na área cível haverá um aumento médio dos conflitos e processos; os processos da área de infância e adolescência, por sua vez, devem registrar um grande aumento, enquanto os relacionados à área fazendária vão crescer pouco”, detalhou Sérgio Buarque, consultor da TGI. Também foram estabelecidas diretrizes a serem seguidas em cada uma das áreas, além de recomendações gerais ao TJPE.

Para o presidente do TJPE, Frederico Neves, o evento tem uma grande importância para a troca de experiências entre todos os tribunais de Justiça do país. “Estamos vivendo um momento único, onde podemos conhecer a realidade de todos os tribunais e, a partir daí, extrairmos o que há de melhor para implantarmos no Judiciário pernambucano”, destacou.

O desembargador Milton Nobre, presidente do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça, destacou que Pernambuco tem um dos melhores tribunais do país. “Vivemos num país de dimensões continentais e a cada encontro nos esforçamos para trazer novas ideias. Hoje, a Justiça estadual é de extrema importância, representando 78% de todo o Judiciário nacional”, disse.