Todos querem esse voo
O investimento anunciado pelo Grupo Latam é tão promissor para os estados que
os governadores esqueceram de falar da crise. Para eles, até renúncia fiscal é lucro
Aline Moura
Alinemoura.pe@dabr.com.br
Publicação: 21/06/2015 03:00
O momento é de falar bem. Os governadores dos dois principais estados que disputam o hub do grupo Latam, Pernambuco e Ceará, praticamente esquecem a palavra “crise”, quando tentam vender a imagem dos seus estados. Como em todo processo de conquista, tanto o pernambucano Paulo Câmara (PSB) quanto o cearense Camilo Santana (PT) usam as palavras “maior e melhor” para falar do que podem oferecer agora e no futuro. Além da guerra fiscal - cada um já prometeu reduzir impostos para conseguir atrair os investidores privados -, ambos medem forças no campo político para mostrar unidade e poder de articulação. Desde o dia 17 de abril, quando os empreendedores anunciaram o interesse de instalar o hub no Nordeste, as noites de sono do socialista e do petista estão menores.
Apesar das vantagens técnicas de Pernambuco, que está no centro do Nordeste, Camilo Santana correu atrás do prejuízo na movimentação de bastidores, utilizando o fato de ser aliado da presidente Dilma Rousseff (PT). Embora esteja enfrentando ciumeira em seu estado natal, com oposição do senador Eunício Oliveira (PMDB) e do ex-senador Tarso Jereissati (PSDB), Camilo conseguiu agendar um encontro com Dilma Rousseff (PT), no dia 20 de maio, para mudar o cenário adverso para o Ceará, ao colocar o aeroporto de Fortaleza no pacote de concessões do governo federal, uma condição importante para o grupo Latam. O resultado da conversa entre os dois se estendeu à promessa de R$ 1,8 bilhão para reformar o aeroporto da capital cearense.
Agora, o desafio do governador petista é provar que tem as melhores condições de infraestrutura a oferecer, além da promessa de “trunfos secretos” na área tributária, como declarou ao jornal O Povo. No campo político, depois de se encontrar com Dilma, ele esteve com ministro, Eliseu Padilha (ministro da Aviação Civil), e, segunda-feira, vai lançar o movimento suprapartidário “Todos pelo hub da TAM”, no Palácio da Abolição, a exemplo do que Paulo Câmara fez em terras pernambucanas nas últimas duas semanas.
Aliados do governador cearense, ressaltaram, em conversa reservada com o Diario, que não houve tentativa de imitar o movimento suprapartidário de Paulo Câmara. Frisaram que Camilo já tinha se reunindo com deputados federais no dia 24 de maio, num café da manhã, para pedir apoio e estão confiantes da vitória, enquanto a oposição joga em outro campo para capitalizar os louros.
O senador Fernando Bezerra Coelho, de Pernambuco, disse ser natural esse tipo de movimento e de vender bem o próprio peixe, como o próprio Eduardo Campos fazia no auge da sua relação com o ex-presidente Lula.
Competitividade
“A gente se preocupou em perder competividade ao não ser incluído no pacote de concessões, mas temos um trunfo também e isso foi esclarecido com o ministro Eliseu Padilha num encontro em Brasília. A Infraero vai investir em 200 aeroportos regionais e precisa de um aeroporto rentável, como o nosso. Isso é uma força para Pernambuco. Na gestão da Infraero, o aeroporto do Recife passa a ser altamente prioritário”, declarou o senador pernambucano. “Estamos tendo muitas conversas. Junte a isso mais de R$ 6,6 bilhões anunciados pela presidente Dilma no Programa de Investimentos Logísticos, que tornarão viável desde o Arco Metropolitano do Recife à recuperação e ampliação das BRs-101 e 232, passando por outros investimentos”, complementou o líder do PT no Senado, Humberto Costa, explicando que os terrenos para o grupo privado pertencem à União.
Apesar das vantagens técnicas de Pernambuco, que está no centro do Nordeste, Camilo Santana correu atrás do prejuízo na movimentação de bastidores, utilizando o fato de ser aliado da presidente Dilma Rousseff (PT). Embora esteja enfrentando ciumeira em seu estado natal, com oposição do senador Eunício Oliveira (PMDB) e do ex-senador Tarso Jereissati (PSDB), Camilo conseguiu agendar um encontro com Dilma Rousseff (PT), no dia 20 de maio, para mudar o cenário adverso para o Ceará, ao colocar o aeroporto de Fortaleza no pacote de concessões do governo federal, uma condição importante para o grupo Latam. O resultado da conversa entre os dois se estendeu à promessa de R$ 1,8 bilhão para reformar o aeroporto da capital cearense.
Agora, o desafio do governador petista é provar que tem as melhores condições de infraestrutura a oferecer, além da promessa de “trunfos secretos” na área tributária, como declarou ao jornal O Povo. No campo político, depois de se encontrar com Dilma, ele esteve com ministro, Eliseu Padilha (ministro da Aviação Civil), e, segunda-feira, vai lançar o movimento suprapartidário “Todos pelo hub da TAM”, no Palácio da Abolição, a exemplo do que Paulo Câmara fez em terras pernambucanas nas últimas duas semanas.
Aliados do governador cearense, ressaltaram, em conversa reservada com o Diario, que não houve tentativa de imitar o movimento suprapartidário de Paulo Câmara. Frisaram que Camilo já tinha se reunindo com deputados federais no dia 24 de maio, num café da manhã, para pedir apoio e estão confiantes da vitória, enquanto a oposição joga em outro campo para capitalizar os louros.
O senador Fernando Bezerra Coelho, de Pernambuco, disse ser natural esse tipo de movimento e de vender bem o próprio peixe, como o próprio Eduardo Campos fazia no auge da sua relação com o ex-presidente Lula.
Competitividade
“A gente se preocupou em perder competividade ao não ser incluído no pacote de concessões, mas temos um trunfo também e isso foi esclarecido com o ministro Eliseu Padilha num encontro em Brasília. A Infraero vai investir em 200 aeroportos regionais e precisa de um aeroporto rentável, como o nosso. Isso é uma força para Pernambuco. Na gestão da Infraero, o aeroporto do Recife passa a ser altamente prioritário”, declarou o senador pernambucano. “Estamos tendo muitas conversas. Junte a isso mais de R$ 6,6 bilhões anunciados pela presidente Dilma no Programa de Investimentos Logísticos, que tornarão viável desde o Arco Metropolitano do Recife à recuperação e ampliação das BRs-101 e 232, passando por outros investimentos”, complementou o líder do PT no Senado, Humberto Costa, explicando que os terrenos para o grupo privado pertencem à União.