Outras pautas de carona nos atos

Publicação: 05/12/2016 03:00

Mais pacíficos que outras manifestações pelo país - a exemplo das que ocorreram no início da semana passada contra a PEC do teto de gastos, quando houve depredação de ministérios e confronto entre policiais e manifestantes -, os protestos de ontem serviram de expressão para outros descontentamentos.

Parte dos protestantes criticava a decisão do Supremo Tribunal Federal de não criminalizar o aborto até o terceiro mês de gestação. Parte se mostrou contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli por ter pedido vista do processo que impede réus de integrarem a linha sucessória da Presidência da República. Caso o julgamento tivesse sido concluído, ao se tornar réu na semana passada, o presidente do Senado e alvo dos atos de ontem, Renan Calheiros teria automaticamente que deixar a presidência do Senado, por ser terceiro posto na linha sucessória.

Durante o protesto, também foi respeitado um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do voo da Chapecoense. No Rio, diversas faixas atacam o PT e o ex-presidente Lula. “Ninguém tem bandido de estimação. Vamos gritar ‘Fora’ contra qualquer um que for contra a Lava-Jato. A gente vai tirar quem tiver que tirar, quantos a gente tiver que tirar. Vamos estar nas ruas até termos alguém no poder que respeite a lei”, afirmou um manifestante no carro de som.

Relator
O senador Roberto Requião (PMDB-PR), que é relator do projeto de lei sobre abuso de autoridade no Senado, criticou os protestos. A lei de abuso de autoridade, temida por membros do Judiciário e do Ministério Público como uma tentativa de intimidar as investigações, foi outra crítica levantada pelos manifestantes.

Requião, no Twitter, afirmou que nos protestos estão presentes “movimentos de mentecaptos manipuláveis”. Ele prometeu entregar, a despeito das manifestações, um substitutivo sobre o projeto amanhã. “Com pitis ou sem pitis, com histerias e passeatas, ou sem, estou trabalhando para oferecer ao Senado, na terça, uma boa proposta de lei”, escreveu, na manhã de ontem. (Da redação com agências)