Estratégia do passado inspira planos futuros Oposição ao governo do estado já trabalha com a possibilidade de múltiplas candidaturas em 2018

Cláudia Eloi
claudia.eloi@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 25/03/2017 03:00

Após a movimentação do PSDB/DEM para se contrapor ao projeto de reeleição do governador Paulo Câmara (PSDB) e construir um palanque presidencial no estado, outro grupo, formado pelo PDT/PTdoB e que conta com a simpatia do PT, começa a ganhar musculatura. A maioria desses partidos aguarda o desdobramento da segunda lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que já está nas mãos do ministro do Supremo Edson Fachin, mas o que está na cabeça dos caciques neste momento, em relação à disputa estadual, é a reedição da estratégia adotada na campanha de 2006.

Naquela ocasião, foram lançadas múltiplas candidaturas para forçar um segundo turno. A estratégia deu certo e o então goverrnador Eduardo Campos (PSB) venceu a eleição contra Mendonça Filho (DEM), que tinha o apoio do atual deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) para disputar o governo de Pernambuco. Agora, os grupos estão conversando para derrubar o “reinado” socialista, que completará 12 anos de gestão em 2018.

A articulação da frente PDT/PCdoB com outras legendas está sendo construída pelos deputados federais Wolney Queiroz (PDT) e Silvio Costa (PTdoB), junto com o ex-prefeito de Caruaru José Queiroz (PDT). A formação desse novo bloco pode ser ampliada com a presença do PTB, do senador Armando Monteiro. O petebista também vem conversando com o time do DEM, liderado pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, e o do PSDB, comandado no estado pelo ministro das Cidades, Bruno Araújo. As discussões estariam acontecendo também com a participação do ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS), do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) e do ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho (PSB).  

Na avaliação de Armando Monteiro, a hegemonia do PSB foi minada e o projeto de poder socialista está se esgotando em função da falta de déficit de liderança e da má administração. “Outras forças políticas estão comprometidas em encontrar uma alternativa para se contrapor ao projeto de 12 anos (do PSB), que está em curso em Pernambuco. É um governo ruim no presente e com ausência de liderança inspiradora que aponte para o futuro”, afirmou Armando.

O senador negou que a formação das múltiplas frentes de oposição ao PSB seja uma estratégia eleitoral para forçar um segundo turno na próxima eleição. “As forças que não se reconhecem politicamente no palanque do PSB estão dialogando. Esses partidos querem se expressar politicamente, seja se juntando ou viabilizando candidaturas. Queremos construir novas alianças. Há partidos mais à esquerda que estiveram com o PSB e podem não estar mais na próxima eleição, a exemplo do PDT e PCdoB”.

Por enquanto, nenhum dos dois grupos arrisca antecipar a indicação de nomes para encabeçar as duas chapas e seus respectivos candidatos ao Senado. Eles garantem que isso não está sendo discutido neste momento e as discussões giram agora em torno de pontos de convergências e não de composição de chapas.