Reação das ruas Grupos que foram a favor do impeachment promovem atos pelo país de apoio à Lava-Jato e contra as articulações dos políticos

Publicação: 25/03/2017 03:00

As ruas de várias capitais do país voltarão a ser ocupadas neste domingo, quando haverá manifestações contra a corrupção e a favor de renovação política. No Recife, a concentração começa às 10h, em frente à Padaria Boa Viagem, na Avenida Boa Viagem. A organização é do Vem pra Rua em conjunto com o Movimento Brasil livre, grupos que lideraram as manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff no ano passado.

“Desta vez, foco é o fim do foro privilegiado e o apoio à Operação Lava-Jato. A gente tem uma série de outras reivindicações, mas não queremos perder o momento e nem pulverizar o movimento com pautas demais”. argumenta Marconi Ferraz, membro do Vem pra Rua.

Diante do momento político e econômico vivido pelo país, os organizadores estão otimistas em relação ao número de manifestantes que irão aderir à causa. “Com a publicação da lista de Janot (procurador-geral da República), a Operação Carne Fraca e o início nova fase da Lava-Jato, a gente espera que o comparecimento vá superar o do protesto de dezembro, que foi de seis mil pessoas”, afirma Paulo Fernando, integrante do Movimento Brasil Livre.

Entre outros pleitos dos grupos estão a manutenção da prisão em segunda instância, contra qualquer tipo de anistia a crimes cometidos por políticos ou partidos, além de dois pontos que estão sendo costurados por parlamentares para integrarem uma futura reforma política no Congresso com vistas a 2018: financiamento público de campanha e votação em lista fechada.

As mudanças propostas no sistema eleitoral são consideradas uma reação ao avanço da Lava-Jato, na iminência da divulgação da delação da Odebrecht. A discussão encabeçada pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) - que tem a simpatia do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar mendes -, prevê que o eleitor passe a votar no partido, cuja cúpula definirá uma lista dos candidatos que serão eleitos. A sigla que tiver mais votos conseguirá o maior número de cadeiras, que serão ocupadas pelos primeiros da lista.

Hoje, o eleitor vota no candidato. Para valer nas eleições de 2018, novas regras teriam de ser aprovadas no Congresso até setembro deste ano. A ideia também é criar um fundo eleitoral com recursos públicos para bancar campanhas. No caso da lista fechada, a crítica é de que a mudança visa a garantir foro privilegiado a deputados. “A lista fechada é antidemocrática e serve para preservar os caciques. Eles estão alinhados com isso, mas as bases não”, disse o líder nacional do Vem Pra Rua, Rogério Chequer. (Com agências)