Reformas com dinheiro de propina

Publicação: 21/04/2017 03:00

Léo Pinheiro disse ainda que manteve o triplex no nome da OAS a pedido de Okamotto e de Vaccari e que chegou a procurar os petistas em 2010, quando foi publicada reportagem sobre o apartamento. Na ocasião, disse, foi orientado a deixar como estava.

O executivo afirmou que, em 2014, foi novamente procurado por Lula, que gostaria de visitar o imóvel com a mulher, Marisa Letícia. “Marcamos uma ida, foi ele, a esposa. Marcamos na Via Anchieta, ele deu o número do portão de uma fábrica, que eu ficasse ali, que ele sairia de casa e no horário combinado ele passaria”, contou. Segundo ele, a visita durou cerca de 2 horas

Durante o depoimento, o ex-presidente da OAS também detalhou o processo de compra e venda do imóvel. Inicialmente, o apartamento que seria destinado a Lula era uma unidade menor, no número 141, mas que havia um acordo com Vaccari para que o triplex na cobertura ficasse com o ex-presidente.

Ainda segundo Pinheiro, que teve uma primeira tentativa de delação premiada suspensa pela Procuradoria Geral da República, o dinheiro usado para realizar reformas no imóvel a pedido de Lula e Marisa era descontado de uma conta de propina acertada com o PT. “Usei valores de pagamento de propinas para poder fazer encontro de contas. Em vez de pagar ‘xis’, paguei ‘xis’ menos despesas que entraram no encontro de contas. Só isso. Houve apenas o não pagamento do que era devido de propina.”

Segundo ele, o acerto previa o pagamento de R$ 15 milhões ao partido relacionado, entre outras, a obras na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. Além das reformas no triplex, Pinheiro disse a Moro que obras em um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, foram descontadas na conta da propina. (Agência Estado)