Ação para desacreditar investigadores

Publicação: 13/09/2017 03:00

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse ontem que, diante das fartas provas de corrupção coletadas pelo Ministério Público, só resta aos investigados tentar “desacreditar” os investigadores. “Nunca se viu, em toda a nossa história, tantas investigações abertas, tantos agentes públicos e privados investigados, processados e presos. As instituições estão funcionando”, disse Janot.

“As reações também têm sido proporcionais. Como não há escusas pelos fatos descobertos, tantos são os fatos e tão escancaradamente comprovados, que a estratégia de defesa não pode ser outra senão tentar desconstituir, desacreditar a figura das pessoas encarregadas do combate à corrupção.”

Janot participou do lançamento da campanha Todos Juntos Contra Corrupção, na sede do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), em Brasília. “O enfrentamento à corrupção nos últimos anos foi alçado a prioridade na atuação do Ministério Público brasileiro”, disse o procurador-geral, cujo mandato termina no domingo.

Janot não citou nomes nem casos concretos ao falar sobre a corrupção. Nos últimos dias, ele tem sido alvo de críticas de políticos devido às novas revelações sobre o acordo de delação de executivos da JBS.

Há suspeitas de que um ex-auxiliar de Janot, o ex-procurador Marcello Miller, tenha atuado em favor da JBS durante a elaboração do acordo de delação com a PGR, entre fevereiro e março deste ano. Miller pediu exoneração em fevereiro, mas só foi oficialmente desligado do Ministério Público em 5 de abril.

No evento desta terça, Janot disse que “com certeza muitas pernas tremem” ante o trabalho de combate à corrupção que vem sendo desenvolvido. “A corrupção aniquila vidas, sonhos e a esperança de dias melhores”, declarou.

DODGE
Sucessora de Janot, Raquel Dodge se encontrou ontem com a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. Na ocasião, Raquel entregou pessoalmente para Cármen o convite para a sua posse.