Aliança entre PT e PSB é 'escárnio'

Publicação: 14/09/2017 03:00

Ferrenho adversário do PSB, o deputado federal Silvio Costa (Avante) fez uma dura crítica, ontem, à possibilidade de reaproximação entre PSB e PT, hipótese que se fortaleceu desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva veio ao Recife no mês passado. Na ocasião, o petista marcou um jantar com Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos (PSB), e o encontro foi prestigiado pelo governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Julio, ambos socialistas. Segundo Silvio, entre os partidos que faziam parte da base aliada da então presidente Dilma Rousseff (PT), que sofreu impeachment em 2016, o PSB foi “o maior traidor”.  

“O maior traidor da ex-presidente Dilma, na sua base, foi o PSB. O impeachment precisava de 342 votos dos 513 deputados. Foram 137 votos contra o impeachment, duas ausências e sete abstenções, num total de 146. Naquela ocasião, o PSB tinha uma bancada de 31 deputados. Se todos tivessem votado contra o golpe, a ex-presidente chegaria a 177 votos, e não teria sido derrubada”, criticou.

Silvio Costa é pré-candidato ao Senado e defensor da retomada na aliança entre PT e PTB, este último comandado pelo senador Armando Monteiro Neto. As duas siglas se afastaram, principalmente, após votação da reforma trabalhista, quando Armando votou a favor, mas Silvio tem dito que a defesa dessa reforma sempre foi posição de Armando, de maneira que ele não mudou de lado.  Segundo Silvio Costa, Paulo Câmara já admitiu que uma das vagas do Senado é de Jarbas Vasconcelos (PMDB), que foi um dos maiores críticos do PT. “Custa-me acreditar que a maioria esmagadora dos filiados ao PT admita este tipo de acordo político. Isso é uma afronta. Imaginem um palanque com Jarbas, o PT e o PSB? A aliança do PT com o PSB é um escárnio!”

Apesar das declarações de Silvio, o governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Julio não defendem abertamente a retomada da aliança com o PT. (Aline Moura)