Painel político

por Daniela Lima/folhapress

Publicação: 04/12/2017 03:00

Em terra de cego...

Sem um representante do centro que se destaque nas pesquisas, o DEM decidiu testar o nome do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), para o Planalto. O deputado será lançado por aliados no congresso da sigla, em dezembro. Mas não será um voo solitário. Dirigentes do PP e do Solidariedade estimulam o plano. O democrata, dizem, ampliou o vínculo com partidos da base, que teriam mais simpatia por ele do que pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

Jogada casada // A articulação em torno de Maia não exclui o ministro Henrique Meirelles (Fazenda). Entusiastas da ideia dizem que ela só poderá ser levada a cabo se os sinais de recuperação da economia tiverem ganhado as ruas.

Jogada casada 2 // Meirelles poderia ser vice ou mesmo assumir a cabeça de chapa, caso o reconhecimento à sua atuação tenha reflexo nas pesquisas de opinião.

De fora // Integrantes do tucanato já perceberam a movimentação e avaliam que a atuação dúbia da sigla associada ao projeto de robustecimento do DEM com quadros do PSB e outras legendas abriu espaço para que o partido de Maia pleiteasse a proa de uma aliança centrista.

Venha // Após anunciar seu desligamento do PSDB, a economista Elena Landau foi convidada a entrar no Livres para ajudar a sigla a formular as diretrizes de seu programa.

Uni-vos // Após o resultado do último Datafolha, dirigentes petistas decidiram usar a reunião da Frente Brasil Popular, no próximo final de semana, para reforçar o discurso de unidade da esquerda propagado por Lula. O partido avalia que o levantamento corrobora a tese defendida pelo ex-presidente.

Pior, melhor // Integrantes da sigla ressaltaram dado da pesquisa que indica queda na taxa de rejeição do ex-presidente, de 42% para 39%. Apostam que o poder de transferência de votos de Lula para outro candidato crescerá se ele for condenado pelo TRF-4.

Não tão fácil // O PSol terá candidato à Presidência. Um dos nomes para o posto, Guilherme Boulos, do MTST, pregou a reorganização e uma avaliação crítica da esquerda.

No vermelho // A defesa de Job Ribeiro, ex-assessor parlamentar de Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), estuda pedir à Procuradoria-Geral da República que pague os custos da impressão dos extratos de movimentações bancárias anteriores a 2012. O caso será alvo de inquérito.

Pague se puder // Job se comprometeu a entregar mais provas de que devolvia a maior parte do salário à família dos Vieira Lima, mas teria de arcar com as taxas do banco.

Para já // A procuradora-geral da República Raquel Dodge deve mandar nesta semana ao STF denúncia ou pedido de arquivamento contra Geddel e Lúcio Vieira Lima.

Tiroteio  

"O legado do Temer para os candidatos se assemelha ao Titanic: Alckmin e Meirelles serão dragados para o fundo do mar!”
DO DEPUTADO PAULO TEIXEIRA (PT-SP), sobre o Datafolha mostrar que 87% dos eleitores dizem não votar em um candidato apoiado por Michel Temer.

Contraponto

Receita do bolo


O ex-procurador-geral Rodrigo Janot foi convidado a dar uma palestra em um evento do escritório de advocacia Lacaz Martins, quarta-feira, em SP. Depois de falar sobre a Lava Jato e as semelhanças com a Mãos Limpas, da Itália, colocou-se à disposição da plateia.

- O sr. reconhece que a operação italiana é um modelo para o Brasil? - perguntou uma advogada.

- Por favor, abram minha pasta e peguem o livro que está ali - disse Janot.

O ex-procurador mostrou, então, a obra Mani Pulite, sobre a investigação europeia, aos convidados.

- Essa é minha resposta.