Agrado ao PP em forma de cargo

Cláudia Eloi
claudia.eloi@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 19/06/2018 03:00

Para não ficar preso à indefinição do PT sobre abrir mão ou não de candidatura própria para fechar aliança com a chapa do governador Paulo Câmara, o PSB deu mais um passo em busca de garantir reforço para seu projeto de reeleição. O PP, do deputado federal Eduardo da Fonte, que ensaiava ocupar uma vaga no Senado na Frente Popular, foi contemplado com a presidência do Porto de Suape. Além do PP, a Frente Popular conta com o apoio de parte do MDB, do PCdoB, PDT, PR e Solidariedade.

O Complexo Portuário de Suape tem uma importância não apenas política para o estado, como financeira. Em 2017, o Porto teve sua maior movimentação da história com 23,8 milhões de toneladas de carga. O presidente do Porto do Recife, Carlo Vilar, assumirá Suape no lugar de Marcos Baptista, ligado ao vice-governador Raul Henry (MDB). Além da presidência de Suape e de controlar algumas diretorias, o PP comanda o Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe), o Instituto de Pesos e Medidas (IPEM), o Porto do Recife, a administração de Fernando de Noronha e a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude.

Se por um lado o MDB perde espaço no governo, por outro consolida a vaga do deputado federal Jarbas Vasconcelos (MDB) para disputar uma das vagas ao Senado. Com a amarração do PP no palanque do PSB, o governador Paulo Câmara manda um recado direto para o PT de que não ficará dependente do processo de indefinição sobre a desistência ou não da pré-candidatura da vereadora Marília Arraes. “Temos um conjunto de partidos que dá sustentação ao governo para disputar a eleição. A confirmação do PP na aliança é uma demonstração que o PSB não ficará imobilizado por causa do PT. Eles vêm adiando a decisão desde março. Há um claro desejo de termos o PT na nossa chapa, mas a indefinição deles na tomada de decisão pode complicar essa aliança”, afirmou um socialista em reserva.