Paulo faz 'afago' ao PT nacional Em evento com vereadores socialistas, governador elogiou as gestões de Lula e criticou a de Michel Temer. Articulações entre PT e PSB continuam

Publicação: 19/06/2018 03:00

No primeiro dia do encontro de vereadores do PSB, ontem, em Gravatá, o governador Paulo Câmara (PSB)  aproveitou o momento para elogiar as gestões do ex-presidente Lula (PT) e, ao mesmo tempo, criticar a forma de governar do presidente Michel Temer (MDB). O socialista justificou as palavras favoráveis ao petista, destacando que sob o comando do ex-presidente, o Brasil cresceu e gerou emprego. “Lula teve um olhar para todos as regiões, para os estados e foi um grande parceiro de Pernambuco”, destacou o governador.

Paulo Câmara, que articula uma aliança com o PT para eleições deste ano, citou como exemplo do trabalho realizado por Lula em prol do estado projetos de abastecimento de água, o desenvolvimento industrial e a interiorização das universidades. “Então, temos que reconhecer e falar sempre disso. Temos que nos se inspirar em boas ações para construir um futuro melhor”, afirmou o socialista, em entrevista após discursar na abertura do evento, que será encerrado hoje.

Ele, no entanto, fez questão de ressaltar que quando falou para os vereadores também fez críticas ao que não está dando certo. “Falei da forma de administrar do governo federal porque tem feito mal ao país, aos estados e aos municípios, que estão cada vez mais sufocados. A pauta que o governo federal insiste (para o Brasil) não é uma pauta do povo. A privatização do Rio São Francisco e da Chesf era uma agenda que eles estavam querendo colocar de todo jeito e o povo foi muito feliz, que  junto com seus parlamentares, evitou isso”, frisou o gestor.

Sobre as conversas com o PT, Paulo Câmara lembrou que o PSB na resolução aprovada no último  congresso do partido, decidiu que alianças feitas pela sigla devem ser com partidos de centro-esquerda. “Tanto o PT, como o PCdoB e o PDT se enquadram nisso. Então, temos que reforçar essa parceria. Eles (os partidos) me ajudam (no governo), fizeram parte da minha campanha em 2014, ajudaram nos oito anos de Eduardo Campos e quando o doutor Arraes (o ex-governador Miguel Arraes) era governo. São partidos históricos e que contribuíram e vão continuar contribuindo muito com Pernambuco”.

De acordo com o socialista, as discussões com as legendas governistas estão acontecendo e os cenários estão sendo analisados. “Estamos vendo o que é melhor para o estado e para o Brasil. Vamos fazer isso discutindo com o PDT, PCdoB e com o PT, caso eles queiram fazer aliança conosco em Pernambuco”. Ontem, na mesa principal do evento, o governador estava ao lado da presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, do presidente estadual do PDT, Wolney Queiroz, e do ex-prefeito de Caruaru José Queiroz (PDT). Em relação a pendências de conversas com outros partidos da coligação, ele garantiu estar “tudo bem” e aguardando apenas as finalizações dos debates. “Vamos aguardar. Agora, vamos ter muita clareza do que a gente quer, que é continuar fazendo Pernambuco melhorar e ser oposição a essa forma que o Brasil está sendo administrado. E são esses elos que, com certeza, vão juntar todos os partidos de centro-esquerda aqui em Pernambuco”, previu o governador.  (Rosália Rangel)