Escolha agradou na Lava-Jato

Publicação: 02/11/2018 03:00

O coordenador da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, o procurador da República Deltan Dallagnol comemorou a decisão do juiz. “Há muito tempo falo que, hoje, é mais importante para o país mudar o ambiente que favorece a corrupção do que futuros resultados da Lava-Jato”, escreveu Dallagnol, em longo texto publicado em uma rede social logo após o nome de Moro ser anunciado.

Responsáveis pela Lava-Jato no Rio e em Brasília, os juízes Marcelo Bretas e Vallisney de Souza Oliveira, respectivamente, também comemoraram a decisão de Moro de integrar o novo governo

Políticos
A confirmação do nome de Sérgio Moro também movimentou o mundo político. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso escreveu em suas redes sociais que o juiz é um “homem sério”, mas disse que preferia vê-lo no Supremo. “Fusões de ministérios sim, com prudência. Já vimos fracassos colloridos. Torço pelo melhor, temo que não, sem negativismos nem adesismos.”

A escolha de Bolsonaro também rendeu críticas nas redes. A presidente cassada Dilma Rousseff (PT) afirmou que Moro condenou e determinou a prisão do ex-presidente Lula “sem provas” e inviabilizou a sua candidatura. “Agora, anuncia que largará a magistratura para ser ministro do governo que viabilizou a eleição com suas decisões. O rei está nu”, escreveu.

A ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon elogiou a escolha do juiz federal Sérgio Moro e disse ser “impossível pensar” que o magistrado agiu politicamente até agora. Antes de o juiz da 13ª Vara de Federal de Curitiba aceitar o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro, Eliana era citada como um dos possíveis nomes para ocupar a pasta. “Achei maravilhoso, inclusive para o presidente Jair Bolsonaro. Foi um gol de placa. E Moro teve muita coragem para largar tudo e assumir esse cargo. É quase como uma missão”, disse a ex-ministra.

Ela ganhou notoriedade por sua atuação “linha dura” como presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), quando disse que havia “bandidos de toga”. Confrontada com as críticas de que o aceite do convite demonstraria interesse político de Moro, Eliana discorda. “É impossível pensar que ele agiu politicamente, porque tudo (todas suas decisões) passou pela segunda instância. E as penas foram inclusive aumentadas”, retrucou a ministra. Segundo ela, a eleição foi muito disputada e não teria como se pensar “lá atrás (que ele) já seria ministro”. (AE)