Poderes assinam decreto para socorrer os gaúchos Proposta de Decreto Legislativo reconhece situação de calamidade pública no Rio Grande do Sul o que, na prática, dará exceções à Lei de Responsabilidade Fiscal

Publicação: 07/05/2024 03:00

O presidente Lula (PT) assinou ontem um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para auxiliar a recuperação do Rio Grande do Sul após as enchentes que atingiram o estado. O texto decreta calamidade no estado e municípios, e retira os gastos com ajuda do arcabouço e da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

“Eu vou assinar uma mensagem para enviar ao Congresso Nacional um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que visa dar celeridade para as coisas atendam a necessidade do Rio Grande do Sul nesse momento de calamidade”, declarou o presidente em breve fala ao lado dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

“O decreto para facilitar é o primeiro passo para as coisas começarem a andar, porque eu disse no Rio Grande do Sul e vou repetir agora: esse é o pensamento do Lira, do Pacheco, do governo, dos ministros. Nós vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que a gente contribua com a recuperação do estado do Rio Grande do Sul, com a melhoria da vida das pessoas, e facilitar naquilo que a gente puder, obviamente que dentro da lei, a vida do povo gaúcho”, afirmou ainda Lula. Segundo ele, é o primeiro de “um grande número” de atos para beneficiar a recuperação do estado.

O texto será apreciado pelo Congresso. A expectativa do governo é que a aprovação possa ocorrer ainda nesta semana, o que depende de reunião com líderes da Câmara e do Senado.

De acordo com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, o decreto significa, na prática, exceções à LRF para socorrer o Rio Grande do Sul em questões que dependem dos aspectos orçamentário e financeiro. O decreto é limitado ao estado e às ações referentes à situação de calamidade pública enfrentada.

“A partir desse decreto legislativo, fica fora do limite de gastos do Orçamento federal e fora das metas fiscais qualquer benefício, incentivo ou gastos que venhamos a fazer com o estado e com os municípios”, explicou a ministra.

O decreto, esclareceu Tebet, é uma espécie de guarda-chuva que possibilitará outros atos, como medidas provisórias de crédito extraordinário, negociação da suspensão do pagamento mensal das obrigações da dívida do estado com a União e incentivos para o setor produtivo. A extensão dos gastos ainda não pode ser estimada, de acordo com a ministra.

“Vou repetir as palavras do presidente Lula: só quando essa água baixar é que, lamentavelmente, nós vamos ver a extensão imensa do custo, do estrago e da tragédia nacional. Da nossa parte, o dinheiro vai chegar no tempo certo”.  (Da Redação com agências)