Bolsonaro autorizou golpe de Estado em 2022 Segundo relatório da Polícia Federal, havia inclusive um plano para assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes

Publicação: 20/11/2024 03:00

O general da reserva Mário Fernandes, preso ontem por envolvimento em suposta trama golpista, afirmou que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) autorizou um golpe de Estado até 31 de dezembro de 2022. A informação consta em relatório de investigação da Polícia Federal (PF).

Em conversa com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mário Fernandes afirma ter tido uma conversa com o ex-presidente. No diálogo ocorrido em 8 de dezembro de 2022, ele alega que Jair Bolsonaro teria dito que a diplomação de Lula, em 12/12/2022, não seria impedimento para um plano a fim de impedir a posse.

“Meu amigo, antes de mais nada, me desculpa estar te incomodando tanto no dia de hoje. Mas, porra, a gente não pode perder oportunidade. São duas coisas. A primeira, durante a conversa que eu tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo”, detalhou o general a Cid. “Mas, porra, aí na hora eu disse, pô, presidente, mas o quanto antes, a gente já perdeu tantas oportunidades”, reproduz.

Relatório da PF ainda aponta que, no mesmo dia, Mário conta que estaria agindo diretamente junto às forças armadas.

OPERAÇÃO
A Operação Contragolpe, deflagrada pela PF, ontem, foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Foram presos quatro militares e um policial federal. A ação visa desarticular organização criminosa que teria planejado golpe de Estado em 2022 para impedir a posse de Lula (PT) e atacar o STF. Segundo a PF, havia um planejamento operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, para matar Lula, Alckmin e Moraes. (Metrópoles)