Presidente também perdeu a confiança dos eleitores nordestinos, diz a avaliação

A pesquisa Ipsos-Ipec divulgada na última quinta-feira mostrou a progressão na queda de popularidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Tanto no cenário nacional, quanto no Nordeste, onde o nome do mandatário tem força, os dados mostram a avaliação negativa dos eleitores.

Segundo o levantamento, a aprovação do governo Lula no Nordeste passou de 50% para 37% num intervalo de três meses. Em relação aos dados divulgados pelo mesmo instituto em dezembro, a avaliação negativa deste mesmo grupo subiu de 21% para 31%.

Outra estatística que mostra a queda de popularidade do governo Lula é a confiança entre os eleitores do Nordeste. No final de 2024, 64% dos eleitores diziam confiar no presidente, número que agora é de 55%. Já os que afirmam não confiar em Lula aumentaram de 34% para 43% na região.

O cenário nacional revela a mesma realidade. Pela primeira vez, a avaliação negativa (ruim ou péssima) supera a positiva (ótima ou boa) desde o início das avaliações do atual governo: em março, 41% dos brasileiros têm uma impressão negativa do governo federal, 30% a classificam como regular, 27% consideram o governo ótimo ou bom e 1% não sabe ou não ou prefere não opinar. Em dezembro, no levantamento do mesmo instituto, esses números eram, respectivamente: 34%, 30%, 35% e 2%.

ADMINISTRAÇÃO
A pesquisa ainda avaliou a impressão que os eleitores têm da forma com que o presidente Lula administra o país. Atualmente, foi apontado que 55% dos brasileiros desaprovam a administração, o que representa um crescimento de 9 pontos percentuais em relação a dezembro. A aprovação, por sua vez, diminuiu 7 pontos percentuais, indo de 47% em dezembro para os atuais 40%, enquanto 4% não souberam responder.

A pesquisa foi realizada entre os dias 7 e 11 de março, de forma presencial. O instituto entrevistou 2.000 eleitores em 131 municípios brasileiros. A margem de erro estimada é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, para um nível de confiança de 95%.

PRESIDENTE
Em fevereiro, após a divulgação da pesquisa Datafolha que já apontava uma queda em sua popularidade, o presidente afirmou que nunca levou “pesquisa a sério” e que os levantamentos serviriam para “estudar”.

“Se alguma empresa de pesquisa for fazer alguma pergunta para você, você fala bem do governo, que aumenta a popularidade… se você não fala bem, não vai aumentar a popularidade. Brincadeiras à parte, eu quero dizer que quem me conhece, sabe que eu nunca levei definitivamente a sério qualquer pesquisa. Uma pesquisa serve para você estudar, para você saber se tem que mudar de comportamento, se tem que dar atenção, é isso que eu faço”, afirmou Lula na ocasião.

De lá para cá, o governo federal tem focado em recuperar a avaliação positiva perdida nos últimos meses. Em fevereiro, Lula anunciou o pagamento do programa Pé-de-Meia e a gratuidade total do Farmácia Popular. Neste mês, promoveu a extinção dos impostos sobre alimentos importados, como o café, o azeite e o açúcar. (com agências)