Grupo tinha lista com preços por assassinatos Intitulado como Comando C4, organização composta por rede de militares atuava como agência de espionagem e extermínio. Ministros do STF estavam entre alvos

Publicação: 29/05/2025 03:00

Valor para monitorar ministro do STF era de R$ 250 mil (REPRODUÇÃO)
Valor para monitorar ministro do STF era de R$ 250 mil

A Polícia Federal (PF) desarticulou ontem uma sofisticada organização criminosa especializada em homicídios por encomenda e espionagem ilegal. O grupo, que se autodenominava “Comando C4”, Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos, foi alvo da 7ª fase da Operação Sisamnes, deflagrada após a investigação do assassinato do advogado Roberto Zampieri, morto a tiros em dezembro de 2023, em Cuiabá (MT).

O Comando C4 era composto por uma rede de militares da ativa e da reserva, além de civis, operando como uma verdadeira agência de espionagem e extermínio. Segundo as investigações, o grupo mantinha uma tabela de preços para definir os valores cobrados por cada tipo de serviço criminoso, tanto para espionagem quanto para execuções. Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin tinham seus nomes anexados a uma lista de alvos do grupo.

O preço para monitorar clandestinamente um ministro do STF chegava a R$ 250 mil; para senadores, como o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco, o custo era de R$ 150 mil; e para deputados federais, o valor girava em torno de R$ 100 mil. A tabela impressa, apreendida pela PF, também definia os valores para assassinatos sob encomenda, de acordo com o status e função da vítima.

O grupo agia com alto grau de profissionalização, utilizando táticas militares e tecnologia de vigilância avançada. Entre os métodos empregados estavam até o uso de drones para acompanhar a rotina das vítimas e de prostitutas aliciadas para se aproximar dos alvos e coletar informações sensíveis.

Os criminosos planejavam minuciosamente cada ação, com divisão clara de funções: mandantes, financiadores, intermediadores e atiradores. Além dos assassinatos, o grupo também atuava como facilitador de esquemas de venda de decisões judiciais. (Metrópoles)